Diretor: 
João Pega
Periodicidade: 
Diária

Jornal da Mealhada nasceu há 34 anos


tags: Mealhada Categorias: Região, Cultura quarta, 04 setembro 2019

O quinzenário Jornal da Mealhada, que agora pertence à Santa Casa da Misericórdia da Mealhada, completou em agosto 34 anos.

O número 0 da primeira série do Jornal da Mealhada, então quinzenário, foi publicado a 23 de agosto de 1985 “pelo concelho” e “por Portugal”. Na primeira página, o diretor Fernando Queirós (natural de Valongo e diretor do Correio do Douro) assinava o texto intitulado “Vamos ao trabalho!...”, que começava por referir que “o País sofreu recentemente mais uma convulsão política (a dissolução da coligação PS-PSD) com as inevitáveis implicações no pensamento de todos quantos se debruçam sobre o trabalho”. Assim – continuava – “o Jornal da Mealhada nasce, pois, num período de crise, de certo modo saliente, mas não deixa de nascer por imperativo patriótico. Aparece para servir de porta-voz de todos quantos nesta região ainda acreditam na força deste País. Preenchemos uma vaga aberta na Imprensa Regional – o Sol da Bairrada deixou de brilhar em Março de 1974 a dois passos da extinção da Censura – convictos de que, com a experiência de 40 anos de jornalismo que nos envolve, poderemos, de algum modo, reanimar muitas sementes de prosperidade que se encontram a contas com problemas de acidez ou de alcalinidade desregradas”. Mealhada era vila quando o Jornal da Mealhada nasceu. A publicação, que tinha como chefe de redação Joaquim Rocha, custava vinte escudos. O título pertencia a F. Q. Correio do Douro (administração e propriedade). A primeira série apresentou-se através de 12 edições, publicadas entre agosto de 1985 e dezembro de 1986, altura em que se deu a “passagem de testemunho” para “nova direção e nova administração”. Pode ler-se na edição n.º 11 que o jornal passaria para as mãos de “gente da Mealhada”, estando “criadas as condições para pelo menos mais um ano de vida”.

A segunda série não foi além de três edições a preto e branco, que foram publicadas entre janeiro e março de 1987. Cada exemplar custava 25 escudos. Os responsáveis por esta série eram naturais de Casal Comba: Mário de Oliveira, que na primeira série assumiu o cargo de subdiretor, era agora o diretor e Augusto Mamede, o diretor adjunto. No número 0, é apresentado o “estatuto redactorial” do jornal.

A terceira série, que se mantem até hoje, teve início a 1 de julho de 1987. Tinha como diretor Armindo Pega e como diretor adjunto, Branquinho de Carvalho. Foi por esta altura que se criou a empresa JM – Jornal da Mealhada, Limitada, que tinha sede na Rua Dr. José Cerveira Lebre. Como consta do Diário da República de 30 de junho de 1987, eram gerentes administradores e diretores da empresa Branquinho de Carvalho, Armindo Pega, Abel Godinho, António Martins, João Pega, Ermenegildo Oliveira, César Carvalheira, Jorge Canas, Manuel Santos, João Saraiva, Jerónimo Saraiva, Mário Saraiva, Guilherme Nogueira, Ferraz da Silva, José Felgueiras, Edmundo Carvalho, João Oliveira, Fernando Pereira, Augusto Dias e Nuno Salgado. No número um da terceira série, Abel Godinho, chefe de redação, prometia um “jornal novo” com “informação potencialmente apartidária, profundamente ligada à defesa da nossa região”. Além de Armindo Pega, foram diretores desta série – que começou quinzenária mas que também foi trimensal e semanal – Branquinho de Carvalho, Augusto Manuel Dias, Ferraz da Silva, Manuel Santos e Nuno Castela Canilho.

No tempo em que Nuno Canilho assumiu a direção do jornal, a empresa JM foi responsável pela criação de outras publicações como a revista Abre-Alas (suplemento sobre o Carnaval da Mealhada), a VIA (revista dedicada à história e à cultura) e o jornal Frontal (quinzenário que dava destaque aos concelhos de Mortágua e Penacova). Com esta direção, em junho de 2006, o jornal passou a ter um site (www.jornaldamelhada.com) e a marcar presença na rede social Facebook.

Na terceira série, Isabel Canilho é um elemento a destacar, pelos 25 anos que dedicou à casa. Conhecida na época e ainda hoje por “Isabel do jornal”, fez de tudo um pouco numa redação com escassez de recursos humanos e financeiros. Começou como secretária, mas também foi comercial, jornalista e, entre outros cargos, paginadora. Isabel Canilho deixou o jornal no final de 2011. Por esta altura, a empresa JM suspendeu a publicação impressa do então semanário Jornal da Mealhada e, durante cerca de meio ano, as notícias foram publicadas apenas on-line. Em julho de 2012, a empresa JM doou os títulos Jornal da Mealhada, Frontal e VIA à Santa Casa da Misericórdia da Mealhada. Nesta nova fase, foram diretores do Jornal da Mealhada Nuno Canilho, Braga da Cruz e, até hoje, João Pega, filho do primeiro diretor da terceira série, Armindo Pega. Em 2016, a Santa Casa da Misericórdia da Mealhada inaugurou o Arquivo do Jornal da Mealhada, um espaço aberto ao público que preserva 34 anos de história. Todas as edições do Jornal da Mealhada fazem parte deste espólio.