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tags: Mauro Tomaz, Governo, Região Categorias: Opinião quinta, 19 setembro 2019

O tempo corre bastante depressa e não tarda estamos no dia 6 de outubro, data em que os Portugueses se irão pronunciar nas eleições mais determinantes para o nosso futuro colectivo. As Legislativas servem para elegermos directamente os nossos representantes na Assembleia da República, sendo que serão estes a nomear, a posteriori e em função do equilíbrio de forças que se vier a verificar, o futuro Primeiro-Ministro que formará o Governo da XIV Legislatura. As perspectivas, dada a circunstância actual, são radicalmente diferentes das de 2015. Nesse ano, recorde-se, a direita concorreu coligada, e acabou por confirmar nas urnas o favoritismo que trazia das sondagens, e que espantou muito boa gente, eu incluído, dado o desgaste de Passos Coelho e a terrível conjuntura a que assistimos no período pós-troika. Recordo inclusivamente, com um sorriso amarelado, a aposta de um leitão que perdi para o actual vice-presidente da Câmara de Mortágua, dados os resultados de então (felizmente que têm sido mais as apostas ganhas do que perdidas). O resto da história já é conhecido por toda a gente. Sem condições de governabilidade, dada a falta de companhia para dançar, Passos não conseguiu formar Governo, abrindo assim a porta para o nascimento da histórica “Geringonça”, que surgiu de uma qualificação jocosa, mas que rapidamente se revelou como motivo de forte inveja para todos os adversários políticos, dadas as suas notáveis eficácia e eficiência, para quem dela esperava uma “construção pouco sólida e que se escangalha facilmente”. Não só não se escangalhou, como veio a produzir os melhores resultados de sempre da história na nossa democracia, no que toca ao défice, por exemplo. Assente num modelo de recuperação económica com base na reposição dos rendimentos que a direita tinha confiscado aos portugueses, rapidamente se percebeu que a consolidação orçamental não se conseguiria através do “garrote” que nos tinha sido imposto, e que tanto nos contraía, mas sim com uma filosofia político-económica diametralmente oposta. Os resultados alcançados desde então têm sido objecto de reconhecimento generalizado além-fronteiras, agências de rating incluídas, e estão muito bem patentes nos números que actualmente se podem constatar. Apesar de se tratar de um processo contínuo, é factual que desde o início desta legislatura se colocou a economia a mexer como deve ser, com uma valorização salarial muito significativa (quase 10%) e a criação de mais de 350 mil empregos, desde 2015, o que resulta numa taxa de desemprego actual de 6,3% (metade da que a governação de direita nos deixou). Em comparação com o final desse mandato de PSD e CDS, o investimento aumentou em cerca de 20% e o crescimento económico mantém a trajectória de convergência iniciada em 2017, com este a manter-se apesar da conjuntura externa que se tem revelado adversa. No 2º trimestre de 2019, tivemos um crescimento de 1,8% do PIB. Estes são apenas alguns indicadores de um conjunto que nos mostra que estamos, efectivamente, no bom caminho, com uma recuperação económica, social e financeira verdadeiramente notável. Assim sendo, torna-se determinante não quebrar esta tendência positiva no próximo dia 6. Não sou genuinamente partidário de maiorias absolutas (Costa também acha que os portugueses “não gostam” delas, apesar de essas declarações me terem parecido uma espécie de canto da sereia), mas estou em crer que o PS vai ter aquilo que merece, que é uma maioria inequívoca. Os portugueses são gratos e estão imensamente convencidos dos méritos deste Governo, como têm revelado de forma categórica as mais diferentes sondagens, para desespero de Rio e de Cristas. O PS está de parabéns por todas as conquistas desde 2015, mas está na hora de apontar a novos desafios, sendo que para isso é preciso querer continuar a fazer mais e melhor.

Em Mortágua, tivemos no último sábado um dos raríssimos convívios entre militantes e simpatizantes que a representação local do partido entendeu (...e muito bem!) promover. Foram variadas as vezes em que escrevi sobre a importância destes momentos para gerar e fortalecer unidade no nosso PS, validando e legitimando dessa forma as suas lideranças, e envolvendo todos, sem excepção, nos principais desígnios da sua acção política. Invariavelmente, esses avisos caíram sempre em cesto roto, continuando a caber a um punhado muito pequeno de protagonistas essa privilegiada função de reflectir e de decidir sobre todos os demais. Não se estranha, por isso mesmo, que a afluência de pessoas tenha sido modesta, até porque estas não são tão superficiais como muitos as querem pintar, e sabem quando e de que modo é que o seu contributo é reconhecido. Uma “onda” não se cria de um momento para o outro, mas sim de forma gradual e progressiva. No geral, foi uma tarde bastante agradável em que tive a oportunidade de rever o meu amigo João Azevedo, conhecido das nossas vidas em Mangualde, de onde é natural e eu também vivi, e que eu espero muito sinceramente que, como melhor candidato de sempre do PS para Viseu, venha também a obter o melhor resultado de sempre neste distrito que nos é tradicionalmente tão difícil. O seu discurso foi notável e cheio de força, natural de um político jovem, cheio de genica e em meteórica ascensão, que tenho a certeza absoluta de que ainda vamos ouvir falar muito. Um excelente resultado que venha a alcançar será decisivo para a afirmação da nossa região, de quem poderá ser um glorioso porta-estandarte. Em contraponto, as palavras do Ricardo Pardal focaram essencialmente Mortágua e as Autárquicas de 2021, prova de que continua a querer alimentar de forma cada vez mais isolada uma ilusão que sempre teve muito mais de pessoal do que de outra coisa qualquer. Mas isso já são outras conversas, para manter noutros momentos que não este. Por agora, a prioridade é o 6 de outubro... para que no dia seguinte se possa começar logo pela manhã a fazer (ainda) mais e melhor!