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"O programa CTH ajuda o HMM a poupar muito dinheiro ao Estado"


tags: HMM, Mealhada Categorias: Região quinta, 26 setembro 2019

Os candidatos à Assembleia da República pelo Partido Social Democrata (PSD) de Aveiro reuniram ontem com a Mesa da Administração da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada (SCMM) para conhecerem a realidade e as dificuldades da instituição. O crescimento do SIGIC e as vantagens do programa Consulta a Tempo e Horas (CTH) foram um dos principais assuntos em discussão.

A cabeça-de-lista distrital, Ana Miguel Santos, fez-se acompanhar do deputado mealhadense, Bruno Coimbra, e dos principais candidatos, tendo como objetivo atualizar o conhecimento sobre a obra da SCMM e, especialmente, do Hospital da Misericórdia da Mealhada (HMM). 

O diretor-geral da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada (SCMM), Bruno Peres, explanou as principais linhas estratégicas da instituição, que incluem um conjunto de investimentos avultados em infraestruturas e a disponibilidade para abraçar projetos de relevância para a comunidade, designadamente uma unidade especializada em demências e programas de proximidade de prevenção em saúde. 

Aquele responsável identificou como um risco para o concelho o fim do financiamento da Rede Local de Intervenção Social (RLIS), para setembro de 2020, visto esta ser muito importante na articulação e disponibilização de recursos à comunidade local. A candidatura para a resposta social Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental (CAFAP) ainda não foi aprovada estando identificada como outra necessidade premente para a região. 

No âmbito da geriatria o foco da instituição está em construir um novo lar no espaço onde atualmente se realiza o Mercado. O edifício vai reunir todos os utentes do Lar Cânova Ribeiro e do Prolongamento do Lar e permitirá libertar alguns espaços a afetar à área da Saúde, nomeadamente junto ao atual hospital.

O deputado Bruno Coimbra questionou o ponto de situação relativamente ao programa Consulta a Tempo e Horas (CTH) e também a razão das listas de espera continuarem a aumentar. Pela parte da SCMM, foi indicado que o acordo ainda não foi assinado para o ano de 2019 e que, se vier a ser aprovado, o valor atribuído será francamente reduzido para a procura que se regista nestes serviços, “o que é lamentável”.

“O programa CTH ajuda o HMM a poupar muito dinheiro ao Estado a curto prazo – porque os valores incluem os meios complementares de diagnóstico – e a longo prazo – porque com uma intervenção célere os ganhos em saúde são evidentes. Se não se intervir a tempo, as doenças progridem, gerando outro tipo de problemas que, a longo prazo, vão custar mais dinheiro ao Estado e, o mais grave e preocupante, à saúde e qualidade de vida dos cidadãos que é aquilo que interessa, acima de tudo, salvaguardar”, frisou o responsável da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada, acrescentando que “este tipo de programa permite ao HMM servir mais e melhor a comunidade do Concelho e da região e é nisso que nós nos procuramos sempre focar, na melhor forma de servir a nossa comunidade, pois é essa a missão da SCMM há já várias décadas”.

Os atrasos nos pagamentos foram, para além das limitações do financiamento, discutidos. O aumento da burocracia e as complicações administrativas fazem com que a SCMM tenha cerca de 4 milhões de euros por receber relativos a serviços já faturados e por faturar. Os responsáveis da SCMM alertaram para a importância de simplificar o modelo de relacionamento com o Estado, e a dificuldade de planeamento numa conjuntura de frequentes alterações políticas. 

Bruno Coimbra destacou a importância de instituições como a Santa Casa da Misericórdia da Mealhada e do Hospital da Misericórdia da Mealhada e referiu preocupar-se muito com o facto de o “Estado estar a esquecer estas instituições”. 

No entender do candidato à Assembleia da República, o atual Governo manifesta um “preconceito ideológico contra as IPSS” e é preciso agradecer e estimular estas instituições pelo trabalho, de grande relevância, que desenvolvem em áreas como a saúde e a intervenção social.

Já a cabeça-de-lista distrital de Aveiro do PSD, Ana Miguel Santos, considerou que a reunião com a mesa da administração da SCMM foi notável e valoriza o papel que a instituição tem em responder às necessidades locais e a ótica de proximidade à comunidade.