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Celebração dos 209 anos do Buçaco "recorda o sacrifício"


tags: Luso Categorias: Região, Cultura sexta, 27 setembro 2019

A Batalha do Buçaco realizou-se há 209 anos, no decorrer da Guerra Peninsular, e foi a primeira derrota francesa durante a 3ª invasão francesa a Portugal. A Serra do Buçaco recebeu hoje a comemoração da batalha, com muito público, e também a Feira da Guerra Peninsular. Hoje à noite realiza-se o Concerto com a Orquestra Ligeira do Exército na Alameda do Casino às 21h30 e tem entrada gratuita. 

O dia da comemoração começou com o hastear das bandeiras nacionais de Portugal, Reino Unido e França – os três países que participaram na batalha – no Terreiro do Monumento e, após a receção e concentração no Palace Hotel do Buçaco, começou o cortejo histórico-militar e religioso do Museu Militar do Buçaco para o Terreiro do Monumento.

Já no Terreiro do Monumento realizou-se a demonstração da força militar, a missa campal e a cerimónia de homenagem aos mortos.

O Bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, celebrou a missa campal e deixou uma mensagem de necessidade de Paz e pediu o “eterno descanso daqueles que perderam a vida nas inúmeras batalhas”. Também afirmou que é preciso “recordar o sacrifício” e lembrar que o “respeito e a gratidão marcam este momento”.

Foram também dispostas três coroas de flores aos mortos na Batalha, pelo presidente da Câmara da Mealhada, Rui Marqueiro, e pelos representantes dos exércitos português e britânico.

O Coronel Américo Henriques deu uma palestra relativa à Batalha do Buçaco e afirmou que este é “mais um aniversário para recordar o sacrifício do exército português”. Decorreu também uma pequena demonstração dos exércitos da época e o público assistiu à demonstração de forças daquela altura, com recurso a canhões e mosquetes. A cerimónia terminou com o regresso do Cortejo Histórico-Militar e Religioso ao Museu Militar do Buçaco.

Esta celebração “tem a importância para o exército de simbolizar o renascimento após a 1ª invasão”, conforme afirma o Coronel Luís Albuquerque, e també explica que esta é uma celebração marcada pela “ligação muito grande às próprias populações” das terras como a Mealhada, a Pampilhosa, o Luso e as localidades mais próximas. “É quase uma simbiose com a população” afirma o Coronel Albuquerque.

O presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Rui Marqueiro, considera que esta celebração é tão importante como a batalha e recorda uma das mensagens declarada durante a comemoração: “não esquecer a história é não esquecer a nacionalidade”.

Segundo o autarca, as colaborações entre o exército, as forças armadas e os grupos como a Associação Napoleónica Portuguesa e o destacamento de Coimbra da Fanfarra do Exército mostram “a importância que dão a esta batalha e à celebração”.

No fim, ouve-se entre a população, que se conta às centenas, “é o fim. Está feito”. A celebração do próximo ano marca os 210 anos e a ideia é, segundo o Coronel Américo Henriques,continuar a “linha seguida desde há muito tempo”. Entretanto, encontra-se a decorrer a IV Feira Peninsular na Alameda do Casino até domingo a partir das 10h.