Foi nesta última semana que tive a oportunidade de assistir com muito prazer à tomada de posse da nova direcção da Juventude Socialista de Mortágua, que chegou com sangue novo e com muita vontade de pensar e de produzir nova política. “Nova política”, um conceito potencialmente estranho à partida, mas trata-se de algo de que precisamos como pão para a boca nos dias que correm, principalmente nos meios mais pequenos, onde o respectivo ambiente se encontra cada vez mais saturado de dinossauros autárquicos e de carreiristas, mais focados em sobreviver do que em servir. O meio político envelhece a maior velocidade do que a própria população das regiões mais interiores e essa deverá ser uma enorme preocupação de todos os que zelam pelo nosso horizonte comum. “Traçar o Caminho, Ganhar o Futuro” é o lema por eles adoptado, e que considero particularmente bem conseguido e feliz. O Danielzinho, o Carlitos, o Johnny, a Diana e o Maurito, entre todos os restantes, têm conseguido crescer da melhor maneira, sem se conseguirem alhear dos problemas da comunidade, integrando-se nela de corpo e alma, pelo que agora resolveram formalizar essa dedicação procurando ir um pouco mais além, no sentido de se corresponsabilizarem militantemente pelo futuro imediato que a todos nos aguarda. Ciente do crescente desinteresse que nos tem caracterizado a todos enquanto população, só os posso aplaudir. A responsabilidade activista que agora os une é muito importante para sentirem que podem efectivamente fazer parte do processo e ter uma palavra a dizer nos mais concentrados centros de decisão.
Os recém-eleitos membros da JS priorizam a Educação, a Participação Cívica, a Habitação, o Emprego e o Ambiente como os pilares da sua intervenção, tendo sublinhado e muito bem que a sua agenda política é própria e absolutamente independente da Concelhia do PS de Mortágua, iniciativa de fundo essa que eu só tenho que saudar. Com todo o entusiasmo. Sem influências, vassalagens ou dependências de qualquer espécie. Juventude activa! Já levo uns anos de política local e regional e posso-vos confidenciar que a comunidade terá com toda a certeza a ganhar com esta injecção de jovialidade e de irreverência afirmativa, até porque todos os sinais e mais alguns apontam nesse sentido. Num Interior demograficamente depauperado e onde o descrédito em relação à política e aos políticos cresce a olhos vistos, devemos enaltecer e apoiar todas as tentativas de contrariar a sofrível realidade a que estamos submetidos, nomeadamente no que toca à escassa participação da população no governo e na administração de todos nós, especialmente a mais jovem.
A dedicação inexcedível e o empenho desinteressado de todos estes jovens, que estão icónica e exemplarmente liderados pelo Daniel Matos, que simboliza tudo isso, garantem ainda uma lufada de ar fresco e de confiança ao futuro do Partido Socialista de Mortágua, que dele se encontra plenamente necessitado. Uma secção cansada e saturada dos protagonistas do costume, e no fundo de tudo aquilo que representa e tem representado mais do mesmo. Não há organização política alguma que resista à contínua deformação do processo de renovação interno, e do próprio hábito democrático que deverá caracterizar o seu funcionamento. A abrangência na participação e a renovação de quadros são bases fundamentais da boa acção política, e da própria democracia, num contexto de grupo e seja a que nível for, local, regional ou nacional, pelo que quem ignora e insiste em ignorar persistentemente estes preceitos básicos deverá perceber que provavelmente se encontra deslocado do ambiente em que está inserido. Já lá vai o tempo dos absolutismos totalitários e do culto das figuras únicas.
Aproximam-se tempos determinantes para a JS, para o PS, e acima de tudo para Mortágua e para todos os Mortaguenses. O combate ao alheamento que estes jovens prometem é do mais precioso que pode haver, para quem se importa e insiste em fazer parte da análise e da decisão comum. Principalmente em tempos como este. Quem defende verdadeiramente a Democracia acompanha esta preocupação com gestos e atitudes, não pode fazê-lo apenas com palavras que depois acabam contrariadas pelas posturas que são assumidas.
Um grande abraço de força ao Daniel, ao Carlos, ao João, à Diana e ao Mauro, entre todos os restantes, até porque, diminutivos afectuosos à parte, não podemos mesmo ter dúvida alguma que são estes jovens de hoje que vão fazer a diferença amanhã.
Juventude activa! Mortágua agradece.