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DITO E …ESCRITO


tags: Braga da Cruz Categorias: Opinião quarta, 11 dezembro 2019

“...o clima de opinião pública na Europa parece inequívoco e a ciência também. Mas a descarbonização enfrentará agendas conflituantes. E, numa altura em que se fala novamente de política industrial na Europa, a margem de erro na execução dessa transição será também muito elevada. Por isso, o melhor é começar por eliminar os conflitos mais evidentes. Isto inclui a reforma do mercado de direitos de emissão de carbono, para que funcione devidamente e seja mais abrangente, e acabar com o gasto público através do qual se subsidia a produção e o consumo de energia de origem fóssil. Seria um começo razoável, pragmático e com impacto, ainda que também com custos. Mas estará a opinião pública realmente preparada para isto?”

Ricardo Arroja – ECO

“…A criação de regiões administrativas eleitas diretamente pelas populações, contribui para o fortalecimento do regime democrático, potenciando a participação e o controlo popular das opções políticas; contribui decisivamente para o desenvolvimento regional, para a coesão territorial e para a eliminação das atuais assimetrias e contribui para o reforço da autonomia do Poder Local Democrático. Tendo presente isto, de facto é justo que se questione até quando? Até quando se vai continuar a iludir a população e não se avança com criação das regiões administrativas?”

Paula Santos – EXPRESSO

“…Que não restem dúvidas: o bullying a que Greta Thunberg tem sido sujeita por parte de alguns políticos e comentadores é repelente. Já havia exemplos a nível internacional, mas somaram-se nos últimos dias algumas excitações caseiras, com a passagem da ativista de 16 anos por Lisboa.

Gente que não perde uma oportunidade de cuspir uma grosseria que garanta "likes" e partilhas. Não são os únicos, no entanto, que tentam brilhar encavalitados na fama da miúda sueca. Foi igualmente deprimente o espetáculo montado à volta das docas de Santo Amaro. Começando pelo presidente da República, que esteve sem estar, passando pelo ministro do Ambiente e a carta parola que a destinatária não leu, para acabar na claque de deputados, da Esquerda à Direita, que foi prestar vassalagem e, já agora, mandar um bitaite na televisão. Greta tornou-se de facto uma estrela pop: tem tantos detratores invejosos como "groupies" histéricos.”

 

Rafael Barbosa – JORNAL DE NOTICIAS

“…Os cidadãos e os militantes dos partidos não escolhem os seus líderes. São os líderes que ‘compram’ os seus votos, para serem eleitos. E para isso, mesmo que seja o Governo a perder a sua maioria, mesmo que seja António Costa a ter que assegurar que tem maioria para governar, os candidatos precisam de uma agenda e de credibilidade para a cumprir.

Depois das últimas legislativas, a questão central da refundação do centro-direita a partir do PSD não é se um candidato é mais à direita que o outro ou se o PSD abandona o centro, mas a questão é de como vai o PSD reconquistar o poder. 

Exige-se, portanto, aos candidatos que respondam por um caderno de encargos mínimo”

 

Rui Teixeira e Santos – O SOL

“…Este fenómeno de especialização à direita poderá também ter o condão de obrigar finalmente PSD e CDS à definição. O pior que poderia acontecer seria uma competição com estes novos partidos. PSD e CDS, enquanto partidos do regime, medem-se pelo PS, não pelos partidos de sector.

O desafio do PSD será encontrar um espaço na social-democracia de centro, muito ocupado pelo PS. O desafio do CDS será recuperar o seu espaço, afirmando como mais-valia a visão democrata-cristã da sociedade, de modo moderno, arejado e em linha com os grandes protagonistas do progresso mundial, como a Alemanha. Do ponto de vista ideológico e doutrinário, o caminho do CDS poderá ser mais fácil do que o do PSD; do ponto de vista das bases, o PSD sempre foi um partido mais forte e clubista.”

Raul de Almeida – JORNAL ECONÓMICO