Diretor: 
João Pega
Periodicidade: 
Diária

Cuidar no conforto de casa e zelar pelo bem-estar faz do Serviço de Apoio Domiciliário um serviço essencial


tags: Cuidados, Saúde, Mealhada Categorias: Especial sexta, 28 janeiro 2022

É no cuidar, mas sobretudo no cuidar no conforto do próprio lar, que o Serviço de Apoio Domiciliário é considerado um serviço de futuro, permitindo ao utente poder manter-se naquela que é a sua casa, onde se sente bem e onde deseja permanecer. É, com base neste apoio, que os utentes encontram respostas eficazes, capazes de promover o bem-estar, garantindo diversos serviços prestados que culminam numa ajuda essencial à vida dos que a sua autonomia começa a ser escassa. O Serviço de Apoio Domiciliário pretende ser um serviço que dá resposta no domicílio dos utentes, mas vai muito além disso e, quem o explica, é Marina Jacinto, diretora técnica de geriatria da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada (SCMM): “É um serviço que tem como principal objetivo poder manter as pessoas nos seus domicílios, junto das suas famílias, no seu conforto, evitando um pouco a procura de outras respostas, nomeadamente de Lar. Sempre que seja possível retardar e manter a pessoa no seu domicílio, é o ideal e é aquilo que se pretende. A resposta de Lar pretende ser, depois, já uma alternativa quando o meio familiar e quando a resposta como o Serviço de Apoio Domiciliário já não tem capacidade face à situação da pessoa”, começou por referir Marina Jacinto, esclarecendo que o Apoio Domiciliário tem alguns serviços associados, nomeadamente alimentação, higiene pessoal, higiene habitacional e tratamento de roupas, ainda que possa dispor de outros serviços que diferem de instituição para instituição. “Estes quatro serviços são efetivamente os serviços básicos, gerais e comuns e também mais solicitados. Depois podem haver instituições que disponibilizam, mediante a procura, serviços de animação, de acompanhamento, serviços de pequenas reparações no domicílio, serviços de fisioterapia ou enfermagem. Cada instituição, mediante as suas possibilidades, pode prestar outros serviços extra”, acrescentou.

Para a diretora técnica de geriatria da SCMM, não há dúvidas de que o Serviço de Apoio Domiciliário tem a sua relevância, na medida em que “quando solicitado, é porque a família ou o utente, residindo sozinho se for o caso, já não tem capacidade de fazer face às suas necessidades, como o cozinhar, por exemplo”. É, nesse momento, que o Serviço de Apoio Domiciliário se transforma num importante recurso, uma vez que “a determinada altura o utente pode ter ainda capacidade para algumas coisas, mas não ter já para a confeção das refeições ou os cuidados de higiene já começarem a representar algum perigo”. As instituições têm colaboradores especializados que acabam por ser um complemento às famílias nestes casos e, é por esse mesmo motivo, que as famílias se agarram a este seu serviço.

Direcionado para a terceira idade, habitualmente a partir dos 65 anos, o Serviço de Apoio Domiciliário atua, no entanto, em utentes mais novos com dependências e limitações, sendo o serviço prestado de igual forma. “Obviamente que grande parte dos utentes tem uma preferência em estar nos domicílios. A dificuldade aqui está nas famílias em conseguirem assegurar os cuidados. Enquanto que há uns anos atrás as famílias e as mulheres estavam muito mais por casa e eram muito mais cuidadoras, neste momento, as pessoas têm uma vida laboral até muito mais tarde e muitas vezes estão impossibilitadas de poder cuidar dos seus familiares. E isso faz com que também recorram mais à parte de ERPI – Estrutura Residencial para Idosos, mas enquanto vão conseguindo manter os utentes no domicílio, muitos deles acabam por fazê-lo”, justificou Marina Jacinto, acrescentando que o Serviço de Apoio Domiciliário acaba por ser a valência mais volátil, onde há mais entradas e saídas, em função disso mesmo.

O certo é que quem usufrui do serviço, admite ter encontrado “a cereja no topo do bolo”: estão nas suas casas e todas as necessidades do dia-a-dia são asseguradas por colaboradoras que partilham afeto e contribuem para o bem-estar. Exemplo disso é Harlesse Costa e Conceição de Oliveira, ambas utentes do Serviço de Apoio Domiciliário da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada, com quem o Jornal da Mealhada teve a oportunidade de estar à conversa. Harlesse Costa, de 83 anos, reconhece a mais valia deste serviço. “Tem muita importância. Porque eu cheguei a um ponto que parte das coisas já não consigo fazer. Custa-me muito a andar, ando agarrada às coisas e para mim é bom que haja este serviço, se não tinha de ter aqui uma pessoa permanente”. A Harlesse Costa chega-lhe comida quente todos os dias, além de usufruir ainda da higiene habitacional e higienização e tratamento de roupas, e é também todos os dias acarinhada pelas colaboradoras. “Todas elas me tratam bem, sempre com muito cuidado e não há dia que não perguntem: A dona Harlesse está bem?”, partilhou.

O início não foi fácil para Harlesse. A falta de autonomia começou em 2020, ano em que as suas sobrinhas viram neste serviço a solução para garantir qualidade de vida, uma vez que Harlesse Costa deixou de conseguir fazer tudo, chegando ao ponto de nem comer e nem ser capaz de o fazer. “Foi tudo muito de repente. E no princípio não aceitei bem. Eu estava habituada à minha vida sozinha, a fazer as minhas coisas, que até àquela altura eu não precisava que me fizessem nada. Estive empregada durante 24 anos e fazia o serviço de casa, da escola, tudo e depois fiquei assim. Agora estou contente por virem cá”, mencionou.

Para Conceição de Oliveira, também com 83 anos, o momento da visita das colaboradoras da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada é sempre uma ocasião feliz, já que aproveita para meter a conversa em dia, até porque são a sua companhia durante uns momentos. “Elas são minhas amigas e são boas. Se lhes peço qualquer coisita, que eu veja que é dentro da hora delas, de poderem fazer, peço, caso contrário não. Converso com elas, elas conversam comigo e conto-lhes as minhas peripécias de pequenina. Acaba por ser muito importante para mim”, partilhou. Utente desde 13 novembro de 2020, com serviço de alimentação e higiene pessoal, Conceição de Oliveira acredita que o Serviço de Apoio Domiciliário tenha melhorado a sua vida, mas não é a única. Isabel Oliveira, sua filha, também garante que não só permitiu que a mãe tivesse uma melhor qualidade de vida, como também ela própria conseguiu ganhar tempo e sentir-se descansada ao saber que a mãe “está em boas mãos”. “A minha mãe está mais acompanhada e tem vontade de viver. Quando era eu, também garantia que nada lhe faltasse, mas eu não podia estar sempre com ela por causa do meu trabalho. E agora é um descanso porque sei que as colaboradoras a tratam muito bem”, partilhou.

 

Serviços Prestados 

 • Alimentação

• Higiene pessoal

• Higiene habitacional

• Higienização e Tratamento de roupas

• Serviço de animação/ socialização

• Teleassistência

• Outros serviços adaptados (fisioterapia, enfermagem…)

 

Instituições que prestam o Serviço de Apoio Domiciliário na Mealhada

Santa Casa da Misericórdia da Mealhada | 231 202 378

 

Casa do Povo da Vacariça | 231 939 228

 

Centro Social e Paroquial de Ventosa do Bairro | 231 289 212

 

Centro Social Comendador Melo Pimenta no Luso | 231 930 500

 

Associação Desportiva Cultural e Recreativa de Antes | 231 209 350

 

Centro Social da Freguesia de Casal Comba | 231 201 400

 

Centro de Assistência Paroquial da Pampilhosa | 231 949 293