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Mealhada: Preparativos para o Carnaval dos mais novos valeram um dia de alegria pelas escolas do concelho


tags: Crianças, Mealhada, Carnaval Categorias: Especial quinta, 03 março 2022

Na Mealhada, este ano, o Carnaval continuou marcado pelas memórias. A música, as cores e a alegria que se vivem dias a fio, quer para os graúdos como para os mais pequenos, continua a ser algo desejado.

E se para os graúdos as comemorações ficaram, na sua maioria, suspensas, para os mais novos todos os dias são motivos para celebrar, mesmo que não seja com o habitual desfile pela cidade, pelo qual a família espera ansiosamente. Desde creches a primeiro ciclo, foram muitas as instituições de ensino que assinalaram o Carnaval, ainda que internamente, na segunda-feira. Atividades lúdicas, gargalhadas e muita animação fizeram parte deste dia, em que várias crianças recriaram os seus fatos, dando asas à imaginação com a ajuda dos familiares, ou simplesmente mascaram-se do seu boneco favorito. E tudo só foi possível com os preparativos a preceito devido à dedicação das professoras, educadoras de infância e auxiliares.

O Jornal da Mealhada acompanhou a semana que anteviu o Carnaval e, apesar de este ano a data ter sido assinalada de uma forma mais simples, nem assim se deixou passar o dia em branco. Jorge Lima, responsável da Escola Básica 1 da Antes, relembrou que em tempos normais a celebração era feita pelas ruas da Antes e ninguém ficava indiferente. Este ano, não sendo possível, deram azo ao Carnaval Trapalhão, em que cada criança vestiu o que quis, muitas delas com fatos feitos de material reciclado. A festa estendeu-se ainda aos mais pequenos do Jardim de Infância da Antes. Em Barcouço, na Escola Básica 1, a professora e responsável Ana Paula, partilhou que a tarde foi “mais descontraída e com disfarces”, contando com um concurso. No Centro Social da Freguesia de Casal Comba, com creche e centro de atividades de tempos livres, Sofia Nery, diretora técnica, avançou ao nosso jornal que, apesar da atual situação, “não se deixa de assinalar as datas”, sendo tradição articular com as professoras e educadoras de infância. No Luso as celebrações também não foram exceção, mesmo que “internamente e algo simples”, disse a educadora Carla Teixeira da Casa da Criança Maria Salazar.

Na Casa da Criança, na Mealhada, as educadoras de infância e auxiliares juntaram-se à festa e também se mascararam com fatos criados pelas próprias. Fitas, balões, roletas, música, pipocas, vários painéis com palhaços para tirarem fotografias e diversas atividades lúdicas marcaram o dia carnavalesco. Segundo o diretor Nuno Semedo, desta vez o foco passou por “proporcionar às crianças momentos de alegria e de diversão, mas também permitir que os pais pudessem testemunhar e vivenciar a alegria dos próprios filhos”. “Assinalarmos o Carnaval é mantermos viva esta tradição, não só da Instituição, mas da Mealhada e do concelho. O carnaval é da Mealhada, mas é um carnaval da Bairrada, e nós estamos cá e queremos lutar pelas nossas tradições”, partilhou. O habitual desfile dos mais novos – que mais tarde se tornou no Carnaval de Palmo e Meio - simboliza muito para aqueles que o viveram e que, durante largos meses, se dedicavam à sua preparação. “Esses tempos, para quem os viveu, são tempos que marcam pela saudade. Porque são tempos intensos, alongados no tempo, ou seja, os preparativos de um desfile de carnaval não são algo que aconteça nesse mês, são tempos longos de preparação, de convivência na realização das fantasias e dos adereços, para ficar tudo condensado, na prática, a duas horas de desfile. Mas é nessas duas horas de desfile que, de facto, vem o pagamento através da satisfação e do dever cumprido de termos proporcionado às crianças essa realidade e essa experiência. E nós próprios ficamos contentes porque contribuímos para isso. Faz falta”, acrescentou. No Jardim de Infância de Sant’Ana o espírito carnavalesco também tomou conta do dia dos pequenos, somando a tudo isso um Baile de Carnaval, anunciou a diretora técnica, Graça Henriques. A creche e pré-escolar do Centro de Assistência Paroquial da Pampilhosa assinalaram ao gosto de cada um, dando a liberdade às crianças de se vestirem a rigor ou não. O Jardim de Infância da Quinta do Valongo, na Vacariça, também não ficou de fora, e a inspiração foi a obra “Carnaval dos Animais”, contou a educadora de infância, Helena Santos, obra esta que integra o programa Eco-Escolas, no qual cada um escolheu o seu animal e mascarou-se do mesmo.

Fernando Trindade, diretor do Agrupamento de Escolas da Mealhada, partilhou que celebrar o Carnaval “não deixa de ter alguma relevância pedagógica quando as coisas estão previstas, porque acaba por haver toda uma preparação e uma envolvência até dos alunos no que se refere à produção ao nível dos trabalhos manuais”.

 

Carnaval de Palmo e Meio não se realiza desde 2020

Era com muita euforia e animação que o Carnaval de Palmo e Meio saía às ruas e juntava crianças de todas as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) da área da infância e juventude, Jardins de Infância, Centros de Atividades de Tempos Livres e Escolas Básicas 1 do concelho. Ainda não foi este ano que esta iniciativa, realizada no “Domingo Magro”, voltou a dar vida à Mealhada e, por isso, restam as memórias dos anos que passaram. Contudo, o futuro é encarado com a esperança de que as centenas de crianças vão voltar a erguer esta tradição.

Recorde-se que o Carnaval de Palmo e Meio teve início em 2014, sendo a sua organização promovida pela Câmara Municipal da Mealhada, no âmbito da Rede Social. Inicialmente esta iniciativa juntava apenas Instituições Particulares de Solidariedade Social da área da infância e juventude, respostas sociais de pré-escolar e do Centros de Atividades de Tempos Livres e, desde 2018, conta também com alunos das Escolas Básicas 1 do concelho.