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''Levar o fado à Mealhada, ou a qualquer cidade nossa, é vivermos o que há de melhor no nosso país''


tags: Música, Mealhada Categorias: Entrevista quinta, 09 junho 2022

Cuca Roseta é cabeça de cartaz da Feira de Artesanato e Gastronomia, com espetáculo marcado para domingo, 12 de junho. Em entrevista ao nosso jornal, revelou ter “um carinho muito grande” pela Mealhada, onde vai trazer o seu fado até ao público que a espera.

 

É cabeça de cartaz da Feira de Artesanato e Gastronomia. O que significa para si?

Estou muito feliz. É sempre um grande reconhecimento. Nós temos um carinho muito grande pela Mealhada. Andamos sempre a viajar pelo país e é sempre o nosso sítio predileto, onde vamos comer leitão. E é muito giro agora podermos estar nesta festa tão importante para a Mealhada.

 

Este momento é, também, o assinalar da retoma aos eventos e a aproximação ao público?

Sim, sem dúvida. Nós já começámos há algum tempo e em maio já tivemos 28 concertos. Mas é sempre espetacular poder voltar às cidades que já não vamos há muito tempo.

 

O que os visitantes podem esperar deste espetáculo que vai fechar o certame?

Este espetáculo passa um pouco por todos os discos, maioritariamente, o disco mais recente que se chama “Meu” e que saiu na pandemia. E, acima de tudo, viver também um bocadinho Portugal. Sou uma apaixonada pela nossa tradição, então passamos muita a tradição do norte a sul do país, desde os folclores às marchas. E é um concerto muito dinâmico. Temos momentos em que as pessoas dançam, sorriem e se divertem, como temos momentos de tocar com a mão no coração.

 

Vai trazer o fado à Mealhada… De que forma considera que o fado consegue abraçar e tocar pessoas?

O fado é uma música num país muito pequenino, quando comparado com o mundo, e tornou-se Património Imaterial da Humanidade. O que quer dizer que a música deste país deixou de ser só nossa para ser do mundo. E isso explica a importância, a beleza e a raridade que esta música tem. Nós viajamos muito pelo mundo e inclusive cantamos para pessoas que não entendem a nossa língua e choram e deliram com o fado. Levar o fado à Mealhada, ou a qualquer cidade nossa, é vivermos o que há de melhor no nosso país, na nossa tradição e na nossa cultura. Que é a música e muitas outras coisas, como a gastronomia e o vestuário. Mas na música nós somos realmente muito especiais. A nossa cultura passa para esta música, o nosso afeto, a nossa intensidade e a nossa melancolia. Temos uma cultura muito afetiva.

 

E é, com esse fado, que vai abraçar o público que a espera?

Sem dúvida alguma. Eu canto para o público. E, por isso, sinto-me muito feliz e muito grata por cantar e levar a minha música pelo país fora. Levar a minha música, neste caso em específico, à Mealhada que é, como já disse, um lugar muito especial para nós. E estou muito ansiosa de partilhar estes momentos, porque a música ao vivo é outra coisa. É completamente diferente. É realmente um momento muito especial para quem está e para quem partilha.