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Diária

Cinema sai à rua na Pampilhosa com clássicos marcantes de toda a história


tags: Pampilhosa, Entrevista, Projeto Categorias: Entrevista segunda, 08 agosto 2022

Pela primeira vez, na Pampilhosa, o cinema sai à rua com o “Ciclo de Cinema ao Ar Livre da Pampilhosa”, promovido pelo Grémio de Instrução e Recreio da Pampilhosa, juntamente com o CineClub da Bairrada. A primeira exibição, com um clássico de Charlie Chaplin, “O Garoto”, já aconteceu e Ana Pires, presidente do GIR, partilhou com o nosso jornal em que consiste esta iniciativa.

 

Como surgiu a ideia de trazerem o cinema até à rua?

Nós já tínhamos esta ideia há uns anos, mas entretanto as nossas conversações no sentido de integrar o CineClub da Bairrada facilitou, porque eles têm o equipamento. E nós, para fazer isto, precisamos de equipamento. É mais complexo do que aquilo que se pensa, a quantidade de equipamento e tempo necessário para o pôr praticável. E, portanto, só com as pessoas do CineClub da Bairrada é que nós conseguimos essa possibilidade.

As conversações têm estado a decorrer, nós vamos assinar um protocolo e, no âmbito dessa parceria, percebemos logo que já era possível fazer cinema ao ar livre e, por isso, arrancámos este ano com 4 espetáculos.

 

Em que consiste esta ideia do cinema ao ar livre?

É grátis e ao ar livre, no Largo do Garoto, na Pampilhosa. Já tivemos ocasião de ver um clássico que nós escolhemos – The Kid -, porque é no Largo do Garoto e esse filme clássico teve música ao vivo com os músicos Gonçalo Parreirão e Ricardo Negrão. E foi muito giro.

 

Portanto, acaba por ser uma experiência…

Sim, serve para tudo. Não é a mesma coisa ver um filme no computador ou na televisão, em casa, e vê-lo num ecrã, num espaço público, seja ele qual for. Porque há uma outra partilha e é muito interessante. E a sociabilidade inerente a essa fruição também enriquece muito a experiência do cinema.

 

Porquê a escolha dos filmes que vão ser apresentados?

Quisemos uma coisa simpática, leve, é verão, é a primeira vez… Portanto, começamos com um filme de Charlie Chaplin, “The Kid”, que traduzido é “O Garoto”, que é um clássico da história do cinema. Depois, vamos para um filme de Giuseppe Tornatore, “Cinema Paraíso”, que foi um clássico instantâneo. É um filme que é de 1989, ganhou um Óscar em 1990, e é um filme sobre o papel do cinema numa pequena comunidade. Nós achamos que ele é muito parecido com aquilo que foi a atividade do Cineteatro aqui na Pampilhosa, portanto, quem tem saudades desse tempo, ou quem quer saber como eram as coisas, basta ver o “Cinema Paraíso”. E isto será dia 13. No dia 20 de agosto, resolvemos ter algo leve, que as pessoas podem bater palmas e cantar, e escolhemos o “Mamma Mia!”, de Phyllida Lloyd, que é um filme bastante mais recente, é bem feito e tem ótimos atores. O último filme é “Maria Papoila”, de Leitão de Barros, e foi escolhido porque tem cenas passadas e filmadas na Pampilhosa, em meados de 1936 e 1937. Todos eles têm um significado relativamente à escolha.

 

Como foi o primeiro encontro no passado dia 23 de julho, com o filme “O Garoto”?

Estava cheio, nós colocámos 70 cadeiras e, por isso, já foi muito bom. A divulgação foi feita apenas através do Facebook e o passar a mensagem, mas vamos tratar de colocar cartazes, assim como colocar uma faixa no Largo do Garoto.

 

 

Qual a importância desta iniciativa quer para a Pampilhosa, como para o concelho da Mealhada?

Nós queremos ter aqui cinema, mas as pessoas desabituaram-se de ir ao cinema. E pensam que é a mesma coisa ver cinema em casa ou ver cinema em público. E, portanto, nós temos de começar a promover o gosto por ver cinema em espaços públicos. Porque é uma experiência completamente diferente e é mais interessante. E nós, depois, quando estiver a funcionar de outra maneira, a seguir à exibição do filme haverá uma conversa para as pessoas poderem extrair o máximo daquela experiência. Mas até chegarmos a uma atividade que é mais próxima da atividade de um CineClub, nós temos que criar realmente o gosto por ver cinema. Os filmes que escolhemos não são de rebentar bilheteiras, mas são filmes que qualquer um deles diz alguma coisa. São bons filmes, cada um no seu género. E nós queremos que, a partir dessa experiência, as pessoas tenham vontade de repetir com outros filmes.

 

Se pudesse convidar e motivar as pessoas a participarem nas próximas exibições, o que diria?

É realmente o prazer de vermos qualquer coisa em conjunto, o ambiente é agradável, as pessoas devem ir preparadas para o arrefecimento noturno, mas é muitíssimo agradável, depois do calor do dia, estar ali na frescura da noite a apreciar cinema.

Em relação ao “Cinema Paraíso”, é um filme clássico e um filme clássico é aquele que, em qualquer tempo que seja visto, mantém a frescura da mensagem da primeira hora. Por isso, é um filme extraordinariamente agradável de ver, algo emotivo, mas também é engraçado e a pessoa ri-se. E, sobretudo, é uma viagem ao passado.

 

 

Programa

13 agosto

Cinema Paraíso

De Giuseppe Tornatore | 1989 | 120’ minutos

 

20 agosto

Mamma Mia!

De Phyllida Lloyd | 1999 | 110’ minutos

 

27 agosto

Maria Papoila

De Leitão de Barros | 1937 | 105’ minutos