Diretor: 
João Pega
Periodicidade: 
Diária

Circo Victor Hugo Cardinali na Mealhada


tags: Mealhada Categorias: Especial terça, 04 abril 2023

O circo chega a Portugal no século XIX, quando as primeiras companhias circenses começam a fazer espetáculos no país. O circo era uma forma popular de entretenimento, que atraía pessoas de todas as idades e classes sociais. No final do século XX, o circo português passou por uma crise, com a diminuição da popularidade e o surgimento de outras formas de entretenimento, como o cinema e a televisão. Muitos circos tiveram que fechar as portas, enquanto outros se reinventaram para se adaptarem às mudanças na sociedade.

Atualmente, o circo em Portugal está em recuperação, com o surgimento de novas companhias circenses e a renovação de algumas companhias antigas. O circo ainda é visto como uma forma de entretenimento popular, e muitas pessoas continuam a apreciar as apresentações dos artistas circenses.

Nos dias 17, 18 e 19 de março, o circo Victor Hugo Cardinali esteve na cidade da Mealhada com quatro espetáculos. Fundado em 1985, o circo Victor Hugo Cardinali é conhecido pela sua produção de espetáculos inovadores.

Durante os espetáculos, o público pode assistir a uma variedade de números, tais como acrobacias, malabarismo, contorcionismo, equilibrismo e domação de animais.

Por detrás do circo está Victor Hugo, o seu filho, Hugo, e ainda Nelson Eloy, relações públicas, e Lesley, que é a responsável pelo escritório. São cerca de 30 pessoas, as que trabalham todos os dias para o circo funcionar, “são as pessoas que organizam o espaço e que fazem o circo trabalhar”, explica Nelson Eloy.

A seleção dos artistas que participam no espetáculo do circo de Victor Hugo Cardinali é feita no ano anterior aos espetáculos, “com o envio de vídeos, com uma pequena performance para a empresa, e é através do vídeo que a empresa seleciona os artistas, consoante a atuação”, explica o relações públicas.

A preparação para o espetáculo cabe a cada artista. Quando o circo já está montado, os artistas começam a ensaiar de manhã, consoante a disponibilidade do espaço, “treinam o seu número na pista”, explica Nelson Eloy.

A maior dificuldade encontrada pela comunidade circense é a comunicação entre as autarquias onde apresentam os espetáculos, os município que visitam “exigem muita coisa para montar o circo”.

Relativamente à adesão do circo, o relações públicas explica que é uma incógnita a adesão do público, “por exemplo, em Leiria tivemos casa esgotada”. A propaganda para os espetáculos é feita através das redes sociais, cartazes fixos na rua e rádio.

Quando questionado acerca da não utilização de animais a partir de 2025, o relações públicas afirma que farão bom trabalho na mesma “temos de nos adaptar à realidade, e tenho a certeza que faremos um bom trabalho”. Porém, afirma que as principais atrações do circo são os elefantes, os cavalos e a esfera da morte. De animais já tiveram 12 leões e algumas cabras anãs, agora têm dois elefantes, cavalos, camelos e póneis.

Os treinos, dos animais no Circo Victor Hugo Cardinali, são realizados com base no método do “reforço positivo”. Este método de treino baseia-se no comportamento do animal. É feito através do uso de comida, brinquedos, atenção, carinho ou qualquer consequência positiva para recompensar um bom comportamento. Não é utilizada força ou medo para conseguir que um animal realize um exercício. “Se tal acontecesse a ligação de confiança e carinho entre o animal e o domador não era possível”, explica a organização.

Muitos estudos feitos por peritos revelam que os animais em circos podem viver em excelentes condições físicas e psicológicas.

Desde 2009, que em Portugal foi aprovado um decreto lei, que estabelece normas de proteção animal para o uso de animais de circos, espetáculos e atividades similares. De acordo com esta lei, os circos devem garantir o bem-estar físico e psicológico dos animais. Além disto, o uso de animais selvagens e perigosos em circos é proibido. No entanto, apesar da existência destas leis, ainda há circos que utilizam animais em Portugal, o que tem gerado críticas e protestos por parte de defensores dos direitos animais e de organizações ambientalistas.

O relações públicas explica que os animais “não podiam ser melhor tratados” e que “não há motivo de preocupação”, as boxes onde ficam os animais são limpas todos os dias. No caso dos elefantes, são alimentados apenas com feno, já os outros animais são alimentados com feno e rações. Quanto à higiene, os animais tomam banho com água aquecida, diariamente. Existe uma grande preocupação pelo cuidado dos animais e Nelson Eloy afirma que o “público vai ao circo principalmente para ver os animais”.

O relações públicas deixa no ar uma surpresa, que afirma não querer explicar tudo, mas deixa uma pista “para o ano haverá uma novidade para apresentar ao público, que já está programada… Será o circo sobre o gelo”, revela. Deixa, ainda, o convite aos que gostam do circo para “acompanharem a Tour 2023”.