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Relação entre postura e dor lombar


tags: Mealhada Categorias: Opinião sexta, 23 fevereiro 2024

Antes de falar de postura é essencial falar de dor. A dor musculoesquelética tem elevada prevalência na população e, por isso, é considerada problema de saúde pública. Das dores musculoesqueléticas, as relacionadas com a coluna vertebral são as mais frequentes com uma prevalência de 84% durante a vida. Além disso, 23% destas dores tornam-se crónicas, ou seja, persistem por 12 ou mais semanas.

A dor lombar é um desconforto situado abaixo da 12ª costela e superior às pregas glúteas inferiores, com a presença ou ausência de dor irradiada nas pernas. A dor lombar é multifatorial, ou seja, pode ter causa visceral, muscular, articular, craniana, sono, metabólica e/ou psicológica. Várias pesquisas identificaram que 18% da população desenvolverá lombalgia durante a sua vida.

A classificação da dor lombar baseia-se na duração da dor que se divide em três estádios: aguda, subaguda e crónica. Lombalgia aguda é o período com duração de menos de 6 semanas, a subaguda é o tempo de dor entre 6 e 12 semanas e a crónica com um intervalo igual ou superior a 12 semanas.

A postura não é uma posição, mas sim, uma junção de reflexos, comportamentos e respostas adaptativas a estímulos internos e externos. Além disso, não existe uma definição padrão para a postura nem a postura correta. Vários grupos de músculos são importantes na manutenção da postura. No entanto, dizer que a má postura é a razão da dor, está incorreto.

Mesmo que haja uma ligação entre dor e postura, não sugere uma associação fundamental. A dor pode levar à má postura, no entanto, a má postura não leva à dor. É importante entender o progresso para tentar mudar a postura através das cadeias musculares, eliminando assim fatores de risco para a dor.

Além das perceções posturais comuns, não há evidência sólida de que existe uma postura ideal ou que prevenir “posturas incorretas” eliminará dores nas costas. Logo, ter uma vida ativa e saudável e monitorizar os fatores controláveis levam a uma redução do risco de dor.

A sua melhor postura é a nova postura!

João Freitas, Fisioterapeuta- OF 4131