A disciplina de Área de Integração: A comunicação e a construção do indivíduo
Contextos e intuições: para lá do tangível
A disciplina de Área de Integração assume-se, na essência, como um exercício de interdisciplinaridade, que se pode traduzir de formas diversas, designadamente por Trabalhos de Projetos integrados na especificidade prática de cada Curso Profissional [Cfr. Documento das Aprendizagens Essenciais]. Tais trabalhos devem assumir-se como espaço privilegiado de articulação de competências e aprofundamento de aprendizagens significativas e transferíveis para a resolução de problemas do quotidiano. O foco deve ser “rentabilizar a exploração de contextos de aprendizagem adequados ao perfil profissional ou referencial de competências dos diferentes cursos e, simultaneamente, concretizar as áreas de competências […], envolvendo ativamente todos os intervenientes.” [Cfr. Ibidem] A escolha da estrutura de cada módulo, decidida por cada Escola em sede dos seus órgãos competentes, deve ter no horizonte “a progressão, ou a reorientação do percurso educativo dos alunos” [Cfr. Ibidem].
Assumindo a responsabilidade do espaço de decisão criativa que cada exercício de docência encerra, decidimos na turma do 10º ano de apoio à gestão e de ação educativa, no “Tema-problema 1 .3 - A comunicação e a construção do indivíduo” propor ao Jornal da Mealhada a construção por parte dos alunos de algumas páginas desta publicação. Não sem risco, na precaridade e negociação que constitui cada exercício pedagógico, intuindo possibilidades, mesmo sem ser claro o modo de fazer. Mas assumindo que se avança (também) a acertar em andamento. E se cresce e ajuda a crescer.
Os alunos exercitaram, a montante, a capacidade de refletir possíveis temáticas, adequando-se a um auditório que desconheciam e que está, em regra, distante dos seus hábitos comunicacionais. Experimentaram as tensões que decorrem da folha em branco, dos prazos a apertar e dos resultados que, por vezes, não se coadunam com as expetativas. Refizeram. Acredito que, devagar, se refazem por dentro, mesmo que nem sempre o demonstrem.
No final, algo fica, do que passa e se semeia. E muito, a maior parte talvez, é intangível, muito para lá da métrica mensurável.
Em nome dos alunos e da Escola, uma palavra de gratidão aos responsáveis e profissionais do Jornal da Mealhada pelo acolhimento da proposta e pela paciência no acompanhamento da sua concretização.
Luís Francisco Marques, professor da EPVL.