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Educação Política dos Jovens


tags: EPVL, Mealhada Categorias: Especial segunda, 13 maio 2024

Diferenças entre a direita e a esquerda

Vivemos ainda há pouco tempo um período de eleições. Apesar de não podermos votar, fomos acompanhando as notícias na televisão e, sobretudo, nas redes sociais, onde o tema acabou por inundar esse espaço público, com opiniões para todos os gostos. Além de não concordarmos com algumas, sabemos que alguns grupos de dedicam a propagar notícias falsas, pelo que é fundamental que a nossa geração esteja informada e forme o seu espírito crítico. Por exemplo, o que significa de esquerda e direita na política? Pensamos que, como nós, muitos jovens desconhecem estes conceitos e as diferenças entre eles.

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De um modo geral, a esquerda defende os direitos dos trabalhadores e das minorias, o bem-estar coletivo e a igualdade entre os indivíduos. A direita é a favor de uma visão mais tradicional e conservadora, que defende o poder da elite e o bem-estar individual. Neste sentido, o nosso grupo de alunos da Escola Profissional Vasconcellos Lebre decidiu entrevistar o aluno Jaime Blanco, um colega do curso de Gestão, que possui grande hábitos de leitura e nos pareceu ser alguém com interesses culturais e com compreensão da atualidade social e política. Aqui fica o que resultou desse diálogo. A nós, ajudou-nos e esperamos que possa vir a ter o mesmo impacto em alguém com as mesmas dúvidas.

 

Os jovens de atualmente sabem o que é a direita e a esquerda?

Eu, pessoalmente, sim, mas, na minha opinião, os jovens da minha geração não sabem. É claro que sei que estou a generalizar, mas acredito mesmo que a maioria está alheada destes conceitos e nem considera muito interessante discuti-los. De forma muito concisa, poderia dizer que a esquerda inclui o grupo de partidos que aumenta os impostos, tentado fazer crescer os recursos públicos por essa via. Ao contrário, os partidos de direita diminuem os impostos, aliviam a carga fiscal de cidadãos e empresas, tentando que o país cresça pela via da iniciativa privada. 

Na tua opinião, os jovens votam mais na esquerda ou na direita?

Eu creio que votam mais na direita. Eu, pessoalmente, votaria também na direita, pois apoio a redução de impostos, o que penso que trará um Portugal mais próspero. Ainda assim, acredito no exercício de uma democracia de qualidade e, assim sendo, é importante que todas as propostas sejam discutidas de forma séria e esclarecedora, para que todas as pessoas possam decidir de forma consciente. Jovens e menos jovens, mas sobretudo aqueles, que serão os líderes da sociedade do futuro.

Como é que poderíamos aumentar os votos dos jovens?

Poderíamos aumentar relativamente os votos dos jovens tendo uma disciplina de educação política nas escolas, o que os sensibilizaria para o futuro do nosso país. Por um lado, nós não nos auto motivamos para esta causa, porque achamos que ainda não é tempo e alguém o fará por nós. Por outro, os adultos envolvidos politicamente nem sempre dão espaço para que a nossa presença se faça sentir, argumentando com a nossa pouca experiência. Se isto é verdade, também é que ela apenas surge com a nossa participação efetiva. Então, creio que importava uma certa formação intelectual e teórica no campo político, para que as nossas ideias estivessem arrumadas ao nível dos princípios e dos conceitos. Depois dessa questão da disciplina, talvez fosse importante ensaiarmos alguma participação concreta, em associações de estudantes ou outros movimentos associativos. Atrair para a Escola sessões de parlamento jovem, que já vão acontecendo noutros locais, ou palestras com políticos no ativo também seria interessante.

Acreditas no poder do cidadão ou pensas que não conseguimos mudar o rumo dos acontecimentos?

Sim, acredito firmemente. Sobretudo no poder do voto. Pois este possibilita a capacidade de nós escolhermos o nosso “líder”, que é um dos principais pilares da democracia. Assim sendo, não basta contestar, importa participar e fazer ouvir a nossa posição nos lugares onde isso é devido e onde o rumo da história pode ser efetivamente influenciado. Depois, temos outros poderes ligados à liberdade de expressão e de associação, que nos permitem afirmar os nossos próprios ideais e reivindicar quando sentimos que algum direito está a ser maltratado.

O que mudou depois do 25 de Abril?

Foi um dia de mudança, passámos da ditadura para a democracia, o que nos possibilitou diversos direitos, tanto para os homens como para as mulheres. É claro que o papel da Mulher na sociedade, o seu lugar e a sua relevância, tiveram uma grande alteração, para melhor. As mulheres saíram da revolução de Abril mais valorizadas e a sociedade, como um todo, mais rica por causa disso.

O que conquistaram as mulheres depois do 25 de Abril?

Conquistaram diversos direitos, desde a emancipação até ao início das lutas pela igualdade de género, que forma sendo conquistadas mais tarde e estão ainda em vias de concretização em alguns casos.

Lara Oliveira, Rita Quitério, Maria Teixeira e Manuel Lindo, 10º ano, EPVL.