Abertura do ano letivo destaca inclusão e investimento na Educação
Mais de 300 pessoas marcaram presença na receção à comunidade educativa da Mealhada, cerimónia que o Município organiza anualmente para acolher professores e não docentes, num encontro que procura abrir portas para os desafios do novo ano letivo. António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, garantiu “investimento” e “apoio” às escolas, professores, alunos e funcionários, enquanto Ana Mónica Oliveira, da DGESTE, alertou para o desafio da integração e inclusão dos alunos oriundos de outras nacionalidades.
Neste ano letivo, o Agrupamento de Escolas da Mealhada conta 1912 alunos sendo 12,7 por cento, 242 alunos, oriundos de 19 nacionalidades, a maioria dos quais de nacionalidade brasileira. É, pois, um “novo desafio que se coloca à escola” referiu Ana Mónica Oliveira, salientando que a Mealhada há muito que “é um exemplo” de multiculturalidade e da “promoção da cidadania e do bem-estar na comunidade educativa. “O constante investimento dos Executivos da Mealhada na educação é notório e faz a diferença”, afirmou a responsável da DGESTE, adiantando que a Mealhada é dada como exemplo em muitos outros municípios.
“Este investimento na educação continuará a ser uma prioridade”, assegurou António Jorge Franco, aludindo ao crescimento, de ano para ano, do orçamento para a educação, com o Município a ultrapassar as exigências legais. Exemplo desta aposta na Educação é a opção de apoiar as crianças de escalão A com o fornecimento dos pequenos almoços, não só no ensino básico, como no pré-escolar, já a partir deste ano. Também as Atividades de Enriquecimento Curricular se destacam em toda a região pelos seus conteúdos, de educação ambiental, o xadrez ou a robótica e programação, entre outras, e a extensão destas ao pré-escolar, com atividades lúdico-expressivas, expressão musical, atividade física e inglês.
“Estamos a manter as atividades de animação e apoio às famílias e estamos a criar condições de conforto nas escolas para as crianças e jovens do nosso concelho”, afirmou o autarca, referindo diversas obras projetadas ou em curso. “Temos obra feita, temos projetos em andamento e temos outros já bem definidos e projetados, entre eles a grande obra que vai mudar o rosto e as condições da EB 2.3 da Mealhada e a requalificação da EB 1 de Casal Comba”, adiantou António Jorge Franco, destacando ainda o facto da Mealhada ter, pela primeira vez, o ensino articulado de música, algo só possível com a autorização do Ministério da Educação Ciência e Inovação à Rubato l Academia de Artes e com o apoio do Município em termos de cedência de instalações.
Paulo Almeida, diretor pedagógico da Rubato – Academia de Artes, sublinhou esta “oportunidade para os alunos da Mealhada”, arrancando, este ano com música, mas com a possibilidade de, futuramente, ser alargado à dança e ao teatro.
Fernando Trindade, diretor do Agrupamento de Escolas da Mealhada, sublinhou “o ensino público como ensino de acolhimento e de inclusão”, “sem qualquer tipo de discriminação”, aludindo à necessidade de alterações legais que facilitem esta integração de todos os alunos, como seja, a possibilidade de um aluno de origem brasileira se poder inscrever em língua portuguesa não materna.
Por seu turno, Carlos Sousa, diretor da Escola Profissional Vasconcellos Lebre, falou da luta contra o estigma que ainda existe relativamente às escolas profissionais, “em que os alunos do ensino profissional são os coitadinhos do sistema”. “Não é esta a mensagem de uma escola inclusiva. Este estigma, que temos que combater, é responsável por problemas estruturais do país, como sejam a falta de mão de obra qualificada. A escola que considera todos por igual, publica e privada, é que dá a todos dá oportunidade de sair da escola com um projeto de vida”, afirmou.
O Município da Mealhada conta com cerca de 1912 alunos no ensino público e 350 alunos na Escola Profissional Vasconcellos Lebre, que leciona cursos como informática de sistemas, desporto, mecatrónica, multimédia ou cozinha/ pastelaria, entre outros.