O insensato mundo
A insensatez do mundo atual e das sociedades inerentes baseadas em poder politicamente neodemocrático, poder absorvido também pela política europeia , revela-se num percurso marcado pela ansia do lucro e do ganho fácil , baseado num autoritarismo autónomo , de mercados globais livres que tem hoje o forte objetivo de cada vez maior captação financeira na capitalização, um poder contraposto ao acervo natural, contra a distribuição justa da riqueza disponível, contra a melhoria das condições de vida de uma parte significativa da humanidade, dentro de limites e regras onde a moralidade, a tentativa de equilíbrio e um projeto social mais abrangente faça justiça e tome em consideração um homem no seu todo, na sua dignidade, nos seus direitos, enquadrado nas realidades globais com sociedades mais humanas, mais justas, mais igualitárias e fraternas, tendo por base o ser humano físico e mental, bem como o seu desenvolvimento dentro de limites considerados honrosos e dignos. Hoje, o social , que integra mais de dois terços da população do mundo, é vitima de um cerrado ataque na área do emprego, da saúde, da escolaridade, do saber, da remuneração do trabalho que efetua, e retorna a uma situação que se julgava ultrapassada. As novas ideias e apostas, o crescimento tecnológico e a digitalização do mundo e das pessoas, como se vai constatando, assimila os benefícios em favor do consumismo desenfreado e é fator negativo na constituição da poupança das nações, favorecendo um mundo de predadores profissionais que devoram, sem fronteiras, a riqueza produzida, catapultando um marketing permanente e absurdo, numa reciclagem automática de produção constante. Do lado do esquecimento fica a cultura, a vida sã, o conhecimento, as artes, as leituras, as viagens e toda a panóplia agradável que faz da existência do ser humano um ente benéfico, tranquilo, destinado a um destino consagrado ao trabalho e manutenção da espécie, mas também às regalias que uma vida digna, honesta, livre e monetariamente suficiente para ser aproveitada. Parece que o mundo se recicla ao contrário, com regressos ao imperador, ao rei, ao soba, ao presidente ou ao czar, em termos atuais mais comuns, aos ricos ou donos disto tudo. É triste parar no tempo e voltar atrás, às desigualdades, á morte sem cura, aos abismos da fome ainda não vencida, ao mundo dos espartanos, dos cow boys ou dos escravos, ou ás guerras, agora de neutrões, capazes de extinguir no planeta a vida.
A este caminho, ensaiado por políticas ambiciosas e comprometidas, junta-se o capital sem lei, a desregulação, os oligarcas , as elites absentistas investidoras, a corrupção, o mundo da droga e do dinheiro sujo, o já citado consumismo desenfreado, apoiado por uma industria desambientada em mercados livres cuja lâmina lucrativa não deixa de subir. Todas estas politicas libertárias e libertadas, constituídas por minorais, tiram às sociedades as suas liberdades, numa evolução não conforme o ambiente e a biodiversidade, mas apenas pela ambição., pelo poder do capital, pela junção de empresas cada vez mais monopolistas. Por outro lado, o sinal dos tempos no presente aceita, defende e ajuda o genocídio dum povo que a ONU, pela voz de um português tem denunciado, mas que as potência mais bem armada do mundo atual, apoia. Como diz o ditado popular, tão ladrão é o que vai lá dentro como o que fica ao portão, outro sinal melodramático da filosofia dos falcões que pretendem dominar o mundo inteiro. De autores de crimes de genocídio sobre milhares de pessoas e crianças, não se pode prever que o amanhã seja de paz, quando o poder das bombas de neutrões, também chamadas atómicas, se amontoam, nos poióis dos beligerantes. Com sintomas de tão impia natureza , torna-se claro que a falcoaria espreita as presas, que desvirtuam o dialogo, a persuasão e a perseverança, e que a própria espécie humana, no seu estádio atual, corre o perigo de desaparecer á luz de poderes absolutos. Oxalá a humana lucidez se oponha e evite a tempo o carregar no botão…