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A crise de autoridade na família e na sociedade


tags: Humberto Pinho da Silva Categorias: Opinião segunda, 30 setembro 2024

Ao folhear, ao acaso, o livro de Daniel Leste: " Confúcio" - Ed. Estudos Cor, deparei os curiosos: " Diálogos de Confuso".

Um, atraiu-me a minha atenção: " O sábio Yeu disse: " Aquele que é respeitador de seu pai e da sua mãe e do irmão mais velho, não decidirá, senão raramente, a desobedecer às autoridades. Não se encontrará um homem que tendo respeito pelos grandes, participe numa revolta. Um homem nobre estuda a raiz das coisas. Se ele a encontrou, a sua torna-se florescente. O respeito pelo pai, pela mãe e pelos mais velhos, é a raiz do bem" – D.C.-I-2

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Cresce de forma descomunal, na decadente sociedade, o desrespeito pela – autoridade: pais, professores e governantes.

É frequentíssimo, nas últimas décadas, em manifestações populares, escutarem-se palavras incongruentes, injuriosas e impróprias e gente educada.

E na escola – que devia ser local de respeito, – docentes são desfeiteados na própria sala de aula; e são frequentes os abusos entre alunos.

Recordo – e com que saudade! - do longínquo tempo da minha mocidade, quando a via publica era segura e tranquila; e ninguém pensaria que fosse possível agredir o professor, de modo a ter de recorrer ao serviço hospitalar.

Quantas vezes fui ao cinema da meia-noite, só e acompanhado, e nunca senti qualquer receio de ser assaltado; e por motivos profissionais; fui obrigado, durante anos, a deambular, a pé, pelas artérias da minha cidade, a horas mortas, de madrugada, e jamais fui incomodado, nem sentia qualquer temor. Confiava, inteiramente, na polícia.

Bons tempos!... Agora todos andamos com o credo na boca, receando que em cada canto e recanto, em cada esquina ou portal, surja perigoso malfeitor.

E por que acontece isso?

Porque há muito quem ensine, mas não há quem eduque.

Educar não é ensinar; mas inculcar: conceitos, valores e respeito. Poucos são, infelizmente, os que sabem educar a alma, para que se torne temente a Deus e cidadã exemplar. A maioria – quando o faz, – limita-se a comportamentos e rudimentares regras de etiqueta.

Lamentam-se as mães que os jovens andam transviados. Todavia esquecem-se, que em parte, a culpa é delas, porque não sabem ou não souberam incutir nos filhos preceitos que os tornassem em honrados e honestos cidadãos.