Ontem à noite saí de mim
Lá fora o vento era sinónimo
De uma tempestade sem fim
Já as folhas despiam as árvores
E o meu corpo estava junto ao teu...
Fui à procura dos teus olhos
Desse colo de aconchego
Encontrei silêncios numa cama de respostas
Onde a tua sombra me trouxe o conforto
Que ansiava de noites quentes de Outono...
O meu sono adiado era agora
Um sonho de olhos bem abertos
Cobertos de paz, ternura e paixão
Já partilhávamos tudo sem sairmos de nós
Sem qualquer sussurro ou voz
Ríamos e chorávamos sem aparente razão...
Tinhas nas mãos um chá de cidreira e mel
E um poema para partilhar comigo
A fazer lembrar uma lareira acesa
De beijos e carícias que se encontram
Lábios que se tocam
Dedos que se agarram sem se largar
Um livro eterno de poesia para folhear
E pernoitar nos gestos que se adivinham...
Outonal é o meu desejo por ti
Que cresce beijo a beijo
E me aquece noite após noite
Entre a lua cheia de laços
Desde o dia em que te vi!