Guerra na Ucrânia - Svitlana Baylo: “Se não fosse o meu marido ia para a Ucrânia combater”

A 24 de fevereiro de 2022 o mundo assistiu à invasão da Rússia na Ucrânia, em que cerca de 10,6 milhões de pessoas foram obrigadas a deixar as suas casas, de acordo com Philippe Leclerc, diretor para a Europa do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).
Segundo a ONU serão necessários 524 milhões de dólares para reconstruir a Ucrânia nos próximos 10 anos devido à devastação que a guerra tem causado. A Organização salienta que este valor seria para reconstruir habitação, usar na aquisição de transportes, reestabelecer energia, e usado no comércio e educação, sendo que estes sectores são os mais afetados.
Em 2022, após a invasão, o Jornal da Mealhada realizou uma reportagem com as ucranianas Svitlana Baylo, que veio para Portugal já há 26 anos, a Lidiia e Taisiia, (mãe e sobrinha de Svitlana) que fugiram da Ucrânia assim que a guerra começou. Passados três anos falamos novamente com Svitlana Baylo de forma a saber como vê a situação atual da Ucrânia e como se encontram a sua mãe e a sobrinha.
Lidiia e Tisiia estão bem e já aprenderam um pouco mais da língua portuguesa. Neste momento encontram-se a viver em Coimbra e já recuperaram dos problemas de saúde que a guerra lhe causou, já que que Taisiia tinha ficado surda com os bombardeamentos e Lidiia tremia pelo medo que sentia. Svitlana quando veio para Portugal a sua primeira morada foi em Anadia, em 2008 foi para Luso viver.
Svitlana Baylo, uma cidadã ucraniana residente em Portugal, expressou a sua gratidão pelo apoio que tem sido prestado à Ucrânia desde o início da invasão russa. "É muito difícil ver o que está a acontecer na Ucrânia, porém fico muito contente com o trabalho que tem sido feito por Volodymyr Zelensky", afirmou, visivelmente emocionada.
Destacando a resiliência do povo ucraniano, Svitlana sublinhou que "os ucranianos que estão na linha da frente não vão desistir de lutar pelo país" e garantiu que a Ucrânia "não irá ceder um metro de terra à Rússia".
Acompanhando diariamente as notícias sobre o conflito, considera que as informações obtidas trazem importantes lições para o futuro. "Os ucranianos não querem a continuação da guerra, apenas estão a defender-se e a sobreviver", frisou.
Svitlana Baylo tem familiares ainda em Kiev, incluindo o irmão, a sobrinha e a cunhada. "Falo com eles, mas não é sobre a guerra, as conversas são banais, tendo em conta que pode haver escutas", explicou. Embora desejasse que viessem para Portugal, o irmão recusa-se a deixar o país. Questionada sobre a possibilidade de ele estar na linha da frente, respondeu emocionada: "Ele não me pode dizer se está ou não no campo de batalha, mas eu acho que sim, que está a combater".
Svitlana lembra o conflito teve início em 2014, com a anexação da Crimeia pela Rússia, e intensificou-se em 2022 com a invasão em grande escala. Apesar da dor e da distância, destaca a sua determinação: "Se não fosse por causa do meu homem, ia para a Ucrânia combater!".
Imagem: Antes e Depois do Edifício da Administração Regional de Kharkiv (imagens do Público)