
Desde sempre, mas sobretudo com o passar dos anos, fui apercebendo-me da importância da virtude da prudência. A prudência não é a virtude de uma pessoa com medos, sempre hesitante acerca da ação a empreender. Não, esta é uma interpretação de todo errada. Também não se trata apenas de ter uma mera cautela sobre tudo e sobre todos.
Conceder, no viver de cada dia, o primado à prudência significa que a ação da pessoa está nas mãos da sua inteligência e da sua liberdade. O ser humano prudente é alguém criativo, pois raciocina, avalia, procura compreender a complexidade da realidade, sem se deixar vencer pelas emoções, pela preguiça, pela ansiedade, pelas pressões das ilusões da moda e da novidade.
Neste nosso mundo dominado pelas aparências – são tantas e tantos os que as usam –, pelos pensamentos superficiais, pela banalidade, tanto do bem como do mal, a antiga lição da prudência deve e tem necessariamente ser recuperada.
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