Alunos da Pampilhosa aceitam desafio do projeto “Mãos no barro”

Foi inaugurada no dia 2 de abril, na Casa Rural Quinhentista a exposição "Modelando Formas | No Início Era o Gesto", da autoria de Jorge Prata. A mostra insere-se no âmbito do projeto "Mãos no Barro", desenvolvido pelo Museu Nacional Machado de Castro e a sua Liga de Amigos que se associaram ao Plano Nacional das Artes, assim desafiaram seis agrupamentos de Escolas a pesquisar nos seus territórios vestígios do trabalho no barro.
O Agrupamento de Escolas da Mealhada aceitou desafio já que a Pampilhosa é uma zona historicamente ligada à indústria cerâmica — com várias fábricas estabelecidas desde o final do século XIX, tornando a localidade num dos principais centros industriais da região — duas turmas da Escola nº 2 da Pampilhosa aceitaram o convite para participar ativamente na iniciativa.
“Este projeto «Mãos no Barro» é composto por muitas vertentes e atividades em que os alunos apresentarão os seus trabalhos. Já tivemos oportunidade de receber na Escola Básica da Pampilhosa um antigo trabalhador da Indústria de Cerâmica da Pampilhosa, António José Gomes, que partilhou com as turmas envolvidas neste projeto, o seu testemunho relativamente às peças fabricadas e sua comercialização, o impacto económico da indústria cerâmica na região, as características e dureza do trabalho, entre outras curiosidades ligadas ao meio”, explicou a coordenadora do plano cultural de escola, Ana Isabel Santos. Além disso, este projeto trouxe a possibilidade de os alunos perceberem os processos químicos que acontecem nas peças de barro quando estão a ser feitas. “A equipa dos miniBIOQS, fundada Margarida Castro e docente e investigadora no Departamento de Ciências da Vida, da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade de Coimbra, através de demonstração laboratorial realizou de experiências que envolveram os alunos e lhes despertou o interesse”, revela a coordenadora.
Mediante tais atividades os alunos mostram-se “empenhados e envolvidos” neste projeto. Ana Isabel Santos refere ainda que no passado dia 3 de abril “a ceramista Verónica Moar, em residência artística na Associação Aderno, esteve no Auditório da Escola Básica Nº2 da Pampilhosa para falar do seu trabalho, nomeadamente do seu processo de criação artística no âmbito da cerâmica”.
No dia 22 de maio, em Cernache, Coimbra, alguns dos trabalhos em barro feitos pelos alunos das seis escolas envolvidas - Alcobaça (AE de Cister/EPADR), Caldas da Rainha (AE Raul Proença), Coimbra (AE Martim de Freitas), Condeixa-a-Nova, Mealhada e Vila Nova de Poiares - serão expostos.
No que diz respeito à exposição fotográfica que decorre neste momento no GEDEPA, destaca o trabalho artístico e pedagógico ligado à modelação em barro branco, e “nas fotografias podemos observar as várias facetas do barro, a parte erudita, a popular e a industrial” proporcionando uma experiência enriquecedora aos visitantes, explicou João Pedro Marques, vice-presidente da Assembleia Geral do GEDEPA.
A exposição está aberta ao público na Casa Rural Quinhentista até ao dia 28 deste mês todos os domingos à tarde, sendo que nos restantes dias as visitas estão sujeitas a marcação através do email casaquinhentista@gmail.com ou do contacto telefónico 967 712 282.