
(COM GALERIA DE FOTOGRAFIAS)
“Iluminação turística de Natal da vila do Luso” é o nome dado à ideia de João Silva e Inês Seabra, ambos lusenses, que foram os mentores de uma iniciativa à qual aderiram dezenas de comerciantes e hoteleiros. Sessenta árvores, de grande porte, iluminadas e sonorização nas ruas, nesta época natalícia, são os grandes atrativos.
“Há mais ou menos três anos, sentimos necessidade de criar algo diferente no Luso, uma vez que o termalismo clássico, que é sazonal, está em decréscimo. É preciso apostarmos noutras coisas”, começou por dizer João Silva, que pretendeu dar vida ao comércio no Luso, que “vive essencialmente do turismo”.
Os jovens lusenses pegaram no tema “Natal” e criaram algo diferenciador. “Quisemos que a paisagem diurna do Luso fosse vista da mesma forma de noite. Para isso, iluminámos o máximo número de árvores de grande porte possível”, continuou João Silva, que, em 2012, já tinha feito uma “experiência-piloto” na vila, mas em pequena dimensão, apenas com catorze.
Valendo-se do nome da empresa “Dias do Avesso”, do qual são proprietários, João e Inês “desafiaram os comerciantes e hoteleiros”. Dos oitenta e cinco existentes, a adesão rondou os noventa por cento. “O contributo dado por cada um, anualmente, é de trinta euros, sendo que os hoteleiros, gerentes das Pensões, a Fundação Luso, a Sociedade das Águas de Luso, o Millenium BCP e a Caixa de Crédito Agrícola Mutuo da Mealhada deram bem mais”, explicaram os jovens que reuniram, assim, “um conjunto de pessoas com o mesmo interesse em comum”. “Ao longo de todo o ano, foram também realizadas feiras e eventos que contribuíram para esta iluminação”, acrescentaram.
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Árvore, de onze metros, “construída” com 800 radiografias
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A par desta ideia surgiram outras. Joana Balau, da Farmácia Nova, sugeriu “construírem” uma árvore de radiografias (800) com onze metros de altura, que teve o apoio da Câmara Municipal da Mealhada e Junta de Freguesia do Luso. “O objetivo era associar o Natal a uma causa solidária e, por isso, criámos uma campanha de recolha de radiografias (em vigor até 6 de janeiro, nas Farmácias, Junta de Freguesia e Pastelaria Flor do Luso). Os fundos desta campanha revertem a favor da Assistência Médica Internacional (AMI)”, disse João Silva.
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Iniciativas só terminam a 6 de janeiro
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A animação cultural também não foi esquecida e “recorreu” às coletividdaes, individualidades e artistas do concelho. Sob o lema “Natal itinerante”, muitas foram as atividades também.
Depois dos Contos de Natal e de um concerto de um grupo coral constituído por elementos do concelho da Mealhada, no sábado, dia 28 de dezembro, pelas 21h 30m, a Igreja Paroquial do Luso recebe o “concerto de fim de ano” com a “Lyra Brass Quintet”, de Barcouço. A entrada tem um custo de 2,5 euros aos maiores de doze anos.
Já no fim de semana dos dias 4 e 5 de janeiro, das 16h às 21 horas, decorrerá o “Cantar das Janeiras”, onde o Grupo Regional da Pampilhosa do Botão dará um “pequeno concerto” em todas as capelas da freguesia do Luso.
Também até 6 de janeiro, Dia de Reis, por cada montante de quinze euros no comércio do Luso, será dado um talão ao cliente para posteriormente ser sorteado. A iniciativa, que tem o apoio da Junta de Freguesia, premiará dez “vouchers” de cinquenta euros cada.
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E tudo isto teve um custo de cerca de dez mil euros, mas, segundo os mentores da ideia, “valeu a pena”. “Mesmo que o resultado em termos líquidos seja zero, entendemos que este é o caminho a seguir….”, explica João Silva.
O evento, que contou com o apoio da Câmara da Mealhada na sua divulgação, teve ajuda na colocação da iluminação dos Bombeiros Voluntários da Mealhada e de Mortágua e ainda da empresa “Árvores & Pessoas”.
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“Boa aposta”, dizem os comerciantes e hoteleiros
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E o que acharam os comerciantes e hoteleiros da iniciativa? “Gostei muito e foi uma boa aposta. As pessoas gostaram…”, declarou Conceição Selas, da Pensão Astória. Também Maria da Conceição Ferreira, da Ourivesaria Carvalheiro, acha a iniciativa “boa”. “Apesar de os tempos estarem difíceis e não haver clientes, se continuar o meu negócio, irei sempre apoiar esta iniciativa, Caso não continue, apoio na mesma, enquanto lusense”.
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Mónica Sofia Lopes