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Diária

“Ponderamos seriamente dar continuação ao nosso projeto”


tags: Entrevista, ACB, Mealhada Categorias: Região quarta, 20 fevereiro 2019

O Carnaval está prestes a chegar à Mealhada e o final do mandato da direção da Associação de Carnaval da Bairrada (ACB), entidade organizadora do evento que marca a história do concelho, também se avizinha. Razões que nos levaram a entrevistar Alexandre Oliveira, presidente da ACB, para nos falar sobre as perspetivas de futuro para a direção da associação, revelar a sua opinião sobre a alteração dos moldes em que foi celebrado, este ano, o protocolo com a Câmara Municipal da Mealhada e desvendar se existem novidades nesta edição Carnaval Luso-Brasileiro da Bairrada.

 

Jornal da Mealhada - Vai Virar Carnavau. É esta a hashtag do Carnaval-Luso Brasileiro da Bairrada deste ano. Em que é que este Carnaval promete marcar a diferença em relação às edições anteriores?

Alexandre Oliveira - O Carnaval de 2019, essencialmente, irá dar continuação aos dois anos anteriores, que foram muito importantes para nós, e será a consolidação da mudança para o seu lugar de origem no centro da cidade. É algo que sempre defendemos e que, como se tem comprovado, foi uma aposta totalmente ganha.

 

JM - No início deste mês desvendaram o nome dos dois reis de Carnaval. Inês Simões regressa à Mealhada, depois da apresentação do Festival de Samba em 2017 e Igor Marchesi estreia-se como rei na Mealhada. Qual foi o critério que seguiram para a escolha dos dois anfitriões?

AO - O critério de escolha dos Reis manteve-se, ou seja, um ator Brasileiro a trabalhar em Portugal, em fase de crescimento de carreira mas já com um passado de grandes interpretações. Por sua vez, a Rainha, também se mantém no mesmo formato, ou seja, uma atriz Portuguesa, conceituada e com grande influência nos media.

 

JM – Neste momento já está anunciado o programa. Pode recordar-nos as datas?

AO - O programa começa a 24 fevereiro, com o Carnaval de Palmo e Meio, organizado pela Câmara Municipal da Mealhada, com o apoio da ACB. Depois, de 1 a 5 de março a Tenda Gigante estará aberta no centro da cidade. A 3 de março realiza-se o primeiro corso carnavalesco, no dia 4 o desfile noturno e no dia 5 de março acontece o segundo e último corso carnavalesco.

 

JM - Qual é o custo dos bilhetes para esta edição?

AO - O custo dos bilhetes mantém-se. Será 5 euros para os corsos e desfile noturno.

 

JM - Onde é que podem ser adquiridos?

AO - Os bilhetes podem ser adquiridos nas bilheteiras nos dias de corso.

 

JM - Esta direção promete ser pioneira no sistema de controlo de bilhética e despesas. Este novo procedimento já estava pensado, antes de ser conhecido o resultado da auditoria pedida pela Câmara?

AO - A auditoria não alterou nada em termos de procedimentos, apenas vamos incluir pormenores, por forma a salvaguardar o que nos foi pedido.

 

JM - Este ano fica também marcado pelas alterações ao protocolo de financiamento da Câmara ao Carnaval. Que comentário faz a esta mudança?

AO - A alteração de protocolo apenas nos foi informada, ou seja, não tivemos qualquer opinião sobre o mesmo. Para nós, ACB, não alterou muito em termos de logística.

 

JM - O Protocolo tripartido foi assinado há relativamente pouco tempo. A assinatura do documento a poucas semanas do Carnaval trouxe transtornos à organização?

AO - A assinatura tardia do documento complicou um pouco a nossa logística, no entanto, a parte mais lesada, no meio de tudo isto, foram as Escolas de Samba que viram o seu trabalho atrasar, mas tenho a certeza que nos dias de desfile não se irá notar, à custa da incrível capacidade de trabalho que todas têm.

 

JM - Este é o vosso último ano de mandato. Destaca algum momento destes anos em que esteve ao comando da ACB?

AO - Em relação aos momentos marcantes, sem dúvida o primeiro ano. O Carnaval de 2017 foi aquele que mais prazer nos deu, por termos conseguido demonstrar que era possível voltar ao modelo do passado e que esse era o caminho.

 

JM - Ponderam recandidatar-se nas próximas eleições?

AO - Sim, ponderamos seriamente dar continuação ao nosso projeto. Ainda não pensamos em eleições, mas temos sido pressionados, no bom sentido, por muitas pessoas, ligadas direta e indiretamente ao Carnaval da Mealhada, para dar continuação ao nosso trabalho. A seu tempo iremos decidir em família, como sempre fazemos.

 

JM - O é que não pode faltar aos membros da direção da ACB?

AO - O que não pode faltar, e não falta a todos os membros da ACB, é um carinho muito grande pelo Carnaval, pela Mealhada, por todas as pessoas que nos rodeiam. Uma grande capacidade de trabalho e gestão na organização do maior evento do concelho, e ter, igualmente, um enorme poder para conseguir se abstrair de tudo e todos que tentam, no mínimo, complicar todo o trabalho e dedicação que damos a esta causa.

 

JM - O que é que distingue o Carnaval da Mealhada em relação aos outros Carnavais?

AO - O que distingue o Carnaval da Mealhada de todo os outros são as características próprias, começando desde logo por ser o único Carnaval Luso-Brasileiro do país. O facto de ser fiel às suas tradições, de ter uma animação noturna de grande qualidade, de saber receber bem todos quantos nos visitam durante esses dias, e por último, mas não menos importante, por ter quatro das melhores Escolas de Samba de Portugal. É, para todos nós, um orgulho imenso ver as nossas Escolas de Samba serem constantemente reconhecidas com prémios e atuações por todo o país, assim como terem a capacidade de aumentar o nível ano após ano. Seguramente que o Carnaval da Mealhada deve muito à dedicação de tantas e tantas pessoas que compõem estas escolas.