A curiosidade, o fascínio, encanto e paixão que desperta tudo o que é misterioso e oculto, tem impacto na vida das pessoas em grau variável.
Os afazeres, a necessidade de fazer pela vida, as actividades em todas as vertentes do trabalho (agricultura, ciências, governação, estudo, desporto, artes, etc.) levam a que sobre pouco tempo para ocupar o pensamento nos grandes enigmas da Natureza ou outros mistérios ocultos ao nosso entendimento que, ao fim e ao cabo, põem a nu a grande ignorância da humanidade, apesar dos grandes avanços da ciência nos últimos anos.
- É mistério! – está tudo dito e não vale a pena então pensar mais no assunto.
Entre as pessoas a quem sobre tempo para se preocupar com o que foge à nossa percepção, estão os cientistas e, entre estes, os que se dedicam à física, à matemática, à cosmologia, à biologia, etc., e que veem com outros olhos e que passa despercebido à maioria dos mortais.
Basta olharmos em redor, tudo o que se nos depara constitui para os cientistas e não só, maravilhas da natureza. Por exemplo: as ervas dos campos e as folhas das árvores que por meio da fotossíntese transformam o anidrido carbónico (CO2) resultante da respiração animal e da combustão nos motores, e dos fogões em oxigénio (O2), permitindo que o ar continue respirável por todos os seres vivos. Essa transformação do CO2 em O2+ carbono é feita à custa da energia solar com um aproveitamento (rendimento) de quase cem por cento. Não há máquina nenhuma feita pelo Homem que consiga fazer o mesmo com esse rendimento.
Continuando a espraiar a vista em nosso redor, deparamo-nos com uma enorme, até infinita, variedade de seres vivos, tanto no reino animal como no vegetal, desde os grandes animais até aos minúsculos, como os insectos; desde as grandes árvores aos pequenos musgos e no mundo do invisível a variedade é muito maior. Nesse mundo só acessível a quem disponha de microscópios estão incluídos os protozoários, bactérias e vírus com milhões de variedades. A maioria desses micróbios são indispensáveis à vida e ao equilíbrio da Natureza, o mesmo sucedendo com os insectos, mesmo aqueles que nos parecem repugnantes e inúteis, alguns podendo também provocar e transmitir doenças.
Em suma: para onde quer que olhemos, com olhos de ver, só vemos obras incríveis da natureza no nosso microcosmo, que é o que podemos observar, palpar e sentir no nosso ambiente na Terra. Em tudo é evidente estar a mão dum criador. Apesar dos avanços da biologia, não é possível – nunca foi possível – ao homem criar nada, apenas tem conseguido transformar e quando muito copiar, como no caso da ovelha Dolly, em que apenas conseguiu uma cópia (clonagem), nada mais.
Quanto aos macrocosmos, que é o que se passa para além do nosso planeta, os mistérios são ainda maiores, apesar dos avanços da cosmologia. Dificilmente se entende que todo o Universo, constituído por milhões de estrelas com os seus planetas satélites, agrupados aos milhões em Galáxias, por sua vez aglomerados também aos milhões em grupos que se vão expandindo num Universo que parece infinito e que dizem os entendidos ter surgido após uma enorme explosão há mais de dez milhões de anos que atingiu temperaturas de milhões de graus centígrados. Que toda a vida tenha surgido praticamente do nada após essa explosão é, pois, um grande enigma. E será que a vida tenha surgido só na terra, quando há milhões e milhões de planetas semelhantes espalhadas por esse Universo fora? Mas a vida existe. Foi obra do acaso ou duma inteligência infinita?
Na ânsia de encontrar uma resposta, fala-se da Natureza e mais insistentemente dum Criador, a quem assenta bem, por falta de melhor, a palavra Deus.
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Opinião de Virgílio Brêda