Alexandre Oliveira e Fernando Saldanha foram a votos para a Associação de Carnaval da Bairrada (ACB) e os sócios votaram maioritariamente na lista do “Carnaval no Centro”, que arrecadou cento e vinte oito “sim”. Saldanha ficou-se pelos quarenta e quatro. O ato eleitoral aconteceu na noite do dia 25 de julho, aquando da assembleia geral que “aprovou”, por maioria, as Contas de 2014 a 2015 e de 2015 a 2016, que espelham um valor de cerca de dez mil euros “deixado” pela (agora) anterior direção, liderada por Filipa Varela.
É oficial: os sócios da ACB escolheram Alexandre Oliveira e a sua equipa para liderarem os destinos do Carnaval da Mealhada nos próximos três anos, uma eleição com “ideias renovadoras”, que trará para o centro da cidade da Mealhada o Carnaval Luso Brasileiro da Bairrada. “Sem dúvida alguma que essa é a grande novidade da nossa candidatura”, disse Alexandre Oliveira, ao Jornal da Mealhada, garantindo também que o resultado “era o que estava claramente à espera”. “Não tínhamos dúvidas que o voto fosse neste sentido. Agora temos que trabalhar porque criámos expectativas e queremos cumpri-las”, acrescentou ainda.
Mas a renovação não se fica por aqui e sabe-se agora que também o Festival de Samba, que se realizará nos próximos dias 9 e 10 de setembro, “mudará de localização” e “abandonará” o Sambódromo Luís Marques, na Zona Desportiva da Mealhada. E este será o primeiro evento organizado pela nova direção. “Temos pouco mais de um mês, mas a verdade é que nas últimas semanas fomos já trabalhando neste sentido”, declarou Alexandre Oliveira.
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Marqueiro quer analisar Contas para avaliar necessidade de reforço financeiro
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A assembleia-geral ficou também marcada pela aprovação, por maioria, com vinte e oito abstenções, das Contas dos dois últimos anos, que demonstram que “em caixa” a ACB deixou cerca de dez mil euros. Um valor que, segundo a anterior direção pode aumentar se for cumprida a cláusula oitava do protocolo entre a Câmara da Mealhada e a Associação do Carnaval que estipula que a autarquia atribuísse a ACB um apoio financeiro de sessenta mil euros para a realização do Carnaval de 2016. Valor “que poderá ir até ao montante máximo de oitenta e quatro mil euros, no caso de condições atmosféricas adversas, considerando que se trata de um risco não segurável”, lê-se no protocolo.
E as “más condições atmosféricas” fizeram com que, no ano de 2016, o Carnaval Luso Brasileiro da Bairrada apenas saísse à rua no domingo, tendo sido cancelado o corso de terça-feira. Por este motivo, Alexandre Oliveira tenciona fazer o pedido do referido valor à Câmara da Mealhada. Mas Rui Marqueiro, presidente da autarquia, e contactado pelo nosso jornal, explica que “em primeiro lugar terá que conhecer as Contas e verificar se a ACB precisa, ou não, de reforço financeiro”, mas garante que “se houver um saldo positivo, será difícil”. “Não podemos criar fundos para entidades privadas até porque o Tribunal de Contas nunca perdoaria isso!”, acrescentou ainda.
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“Não correu bem e a prova disso é que não nos recandidatamos”, disse Nuno Canilho
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A direção que agora deixa funções na ACB quis, para além da apresentação das Contas, resumir o trabalho feito nos últimos dois anos, assumindo que “não foi fácil, por diversas divergências”. “Não correu bem e a prova disso é que não nos recandidatamos”, declarou Nuno Canilho, elemento da anterior direção, que acrescentou: “Queríamos transformar o Carnaval na Mealhada, mas o modelo não foi acolhido”.
Nuno Canilho enfatizou ainda que “o único modelo que garante um futuro para o Carnaval da Bairrada é o da autossustentação” e que “acreditar que o futuro do Carnaval é esperar que a Câmara o pague, é uma asneira, da mesma maneira que é um absurdo defender que o evento deve ser organizado pela autarquia”. “Acreditámos que o caminho era este e não outro. Acreditamos que outro caminho que não o da sustentação económica do Carnaval, na prática condena o Carnaval”, disse. E concluiu: "O primeiro passo era demonstrar aos mealhadenses que o Carnaval tem valor e é um evento credível. A seguir era torná-lo viável financeiramente. Não conseguimos, falhámos no passo inicial!".
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“Estaremos cá para ver se a ‘mudança’ é o melhor”, declarou Saldanha
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O Jornal da Mealhada quis também “ouvir” Fernando Saldanha, que perdeu as eleições à direção da ACB pelo segundo ato eleitoral consecutivo, uma vez que o aconteceu agora com Alexandre Oliveira, já tinha acontecido há dois anos com Filipa Varela. “Não estava há espera de tanta discrepância nos resultados, mas desejo felicidades à lista vencedora. Os sócios votaram na mudança e agora estaremos cá para ver se é o melhor”, disse.
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Mónica Sofia Lopes