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tags: Opinião, Braga da Cruz, Jornais Nacionais Categorias: Opinião quarta, 03 abril 2019

“…Só que não chega baixar o preço do passe, é preciso criar melhores condições nos transportes públicos: ao longo dos anos, o número de carreiras tem vindo a diminuir. A Fertagus para Setúbal, fora da hora de ponta, só tem comboios de hora a hora. A partir das 20h45 acontece o mesmo com os autocarros da TST, alguns a juntar dois percursos. Em Lisboa, as esperas pela Carris chegam a ultrapassar meia hora, o metro 12 minutos! A previsão é que haja mais 10% de passageiros, é necessário acautelar resposta.

A frase de propaganda é que não podia ser melhor: "Custa mais acreditar do que comprar." Não consegui esperar pelo último dia do mês e esta segunda-feira comprei o passe. É mesmo verdade. Só paguei 40 euros e ainda fui informada na bilheteira que podia viajar de Mafra a Setúbal com o passe único... e em qualquer meio de transporte.”

Graça Henriques – Diário de Notícias

“…O que é indispensável é notar que o Governo caiu nas teias da endogamia. Que um partido como o PS se sustenta numa teia de relações desenhada num espaço fechado, como bem notou João Miguel Tavares – e que o PSD perdeu a sua velha competência para recrutar o que de melhor havia nas empresas ou na academia. E, como se notou aqui no editorial de quarta-feira, que essa endogamia leva a um ensimesmamento nocivo para a qualidade da vida pública.”

Manuel Carvalho – Público

“…onde está o Dia do Padrasto e o Dia da Madrasta? Temos de o encaixar — injustamente — no Dia do Pai e no Dia da Mãe? Não, não, não. Recuso. Um padrasto não substitui um pai, mas complementa-o. Na generalidade dos casos — não no meu, infelizmente — é amor a dobrar, por isso é preciso que haja um dia a dobrar para estarmos gratos pelas pessoas que educam os enteados como se de filhos se tratassem.

De alguma forma, quase podemos ambicionar uma vida em que haja pais e mães e harmonia com padrastos e madrastas, porque esse é um mundo em que já vivemos — e ainda bem. Eu tenho zero pai — tenho um Francisco que vale por mil —, mas estou convicto de que todo o mundo que tenha amor a dobrar é um bom mundo para crescer.”

                                                                                                                                 Nelson Nunes – Público

“…Lembro-me bem de como no passado, por exemplo, deputados dos grandes escritórios se juntaram para chumbarem uma proposta do seu próprio Governo que obrigava os estagiários na área do Direito a serem remunerados. Ou de, mais recentemente, nos trabalhos para rever a legislação laboral, os deputados próximos do setor do trabalho temporário mexerem os seus cordelinhos para que o PS não aceitasse mexer em nada de essencial no setor. A ordem reina.

Claro que, para desviar o assunto, ouviremos falar da “importância da regulamentação do lobbying”, conversa que é pura areia para os olhos, quando, no essencial, PS e PSD se juntaram para garantir a continuidade das portas giratórias entre interesses económicos e poder político que têm sido uma característica estruturante do capitalismo português. Vai de vento em popa o país de Maria Luís Albuquerque e da promiscuidade com os fundos abutre, de Adolfo Mesquita Nunes e da Galp rentista, de Carlos Peixoto e dos escritórios dos vistos Gold, de António Vitorino e da EDP, de Carlos Moedas e dos CTT privatizados (logo dirigidos pela sua mulher, depois do negócio ruinoso da privatização).

O centrão e o mundo dos negócios sempre formaram uma grande família.”

José Soeiro – Expresso