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Trabalho, trabalho, trabalho, para quê?


tags: Virgílio Brêda, Trabalho, Estado Categorias: Opinião quarta, 17 abril 2019

Deve ser para benefício de todos, a começar por cada um de nós, da família e também do Estado. Este tem a obrigação de nos proporcionar o que não conseguimos, por nos ser impossível obter: como as estradas, os caminhos de ferro, as pontes, os Hospitais, as Escolas, as Universidades, etc., etc., que lhe compete manter em bom estado de conservação e funcionamento.

Além disso, o Estado tem a obrigação de ajudar os que não podem trabalhar, por doença ou qualquer outro motivo, que não seja a preguiça ou a manha. A estas obrigações básicas, acresce a de providenciar que os Bancos funcionem bem e não vão à falência.

Compete-lhe, também, providenciar uma justiça que seja e pareça justa. O problema é que às vezes não parece, a dar ouvidos aos que nos informam na televisão. Podem ter algumas desculpas, como a de não terem prisões suficientes para meter lá os ladrões, os assassinos, os pedófilos, os incendiários, etc., etc. Mas também não precisam de instalações luxuosas, como as que se diz estarem a fazer para os pedófilos, com medo que os outros presos que não gostam de pedofilia lhes “limpem o sebo”.

Bem sei que alguns dos pedófilos são importantes; paciência, merecem o castigo que devem ter, é para isso que pagamos os impostos e que o estado cumpra a sua parte.

Sabemos, evidentemente, que governar uma casa não é o mesmo que governar uma Nação, mas os princípios básicos são os mesmos (produzir e poupar). Por sinal, a conjuntura na Europa tem-nos sido favorável, pelo menos nos últimos anos. E se deixar de ser?...

Somos no geral um povo pobre, como se costumar dizer: “o Português é pobrete, mas alegrete”. Contenta-se, como sempre se contentou, com o Futebol, Fátima, Fados. Era o que antigamente se denominava pelos 3 fff. Só que agora, os FFF são maiores, com grandes festivais que até os estrangeiros se admiram, com Fátima, mais enraizada na alma dos portugueses, e o Futebol nem se fala, até ganhámos no Campeonato da Europa.

Queremos ser um povo honrado, não nos incomoda ser pobres, embora talvez seja preferível ser rico. O que penso que todos querem, ou pelo menos a maioria dos bons portugueses quer, é um país honrado, que não viva acima das suas posses, à custa de empréstimos, com a dívida pública enorme, que não se vê diminuir, até tem crescido, o que significa que não se está a produzir o suficiente ou a poupar o necessário. Serão os nossos filhos e netos a pagá-la, o que não devemos é desistir de trabalhar enquanto podemos.