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“Encontrar a música foi encontrar de novo a vida”


tags: Entrevista, PAMA, Concerto Categorias: Cultura sexta, 03 maio 2019

Paulo Alexandre Marques Andrade, artisticamente conhecido como PAMA, é natural da Venezuela mas é na Mealhada que persegue o sonho de encher grandes salas em todo o país. O cantor, guitarrista, percussionista e compositor musical vai subir ao palco do Cineteatro Municipal Messias no próximo dia 4 de maio, pelas 21h30. Antes de atuar, o PAMA esteve à conversa com o nosso jornal e revelou-nos qual a ligação que tem com a música, a importância que ela tem na sua vida e os planos que tem para o futuro…

 

Jornal da Mealhada - A música é um porto de abrigo ou uma paixão?

PAMA - A Música é uma forma de estar na vida. Assim como as pessoas precisam de respirar para viver, eu preciso da música.

 

JM - Após o falecimento do seu pai muitas foram as atividades em que esteve envolvido. Aprendeu a tocar piano, viola-d’arco... Foi com essas primeiras ligações à música que sentiu que ela era o seu lugar?

PAMA - Sim, sem dúvida. Não tinha nada quando o meu Pai faleceu. Encontrar a música foi encontrar de novo a vida.

 

JM - Neste período da sua vida refere que se tornou numa pessoa revoltada. A música ajuda a acalmar e a exorcizar os demónios?

PAMA - Não lhe chamaria de demónios (risos)! A música pode ter os dois efeitos nas pessoas: ou acalma ou revolta. No meu caso acho que me ensinou o equilíbrio entre ambas.

 

JM - “O Mar” e “A Água” são dois temas seus que acabaram por ganhar o prémio “Melhor Tema” nas Escolíadas. Que importância tiveram estes prémios para a si?

PAMA - Tiveram toda a importância. Talvez, se não tivesse participado nas Escoliadas, não tivesse descoberto a composição.

 

JM - Na sua página de Facebook, refere que foi obrigado a aprender a tocar percussão latina. A que se deveu essa necessidade?

PAMA – Fui voluntariamente obrigado! A banda onde cantava sentiu necessidade de ter uma secção rítmica maior e para isso era necessário a percussão latina. Disponibilizei-me para aprender a tocar e com o passar do tempo ganhei gosto pelo instrumento, pois não seria eu venezuelano! O problema era sempre transportar aquilo tudo. Era bem pior que um baterista!

 

JM - Os estudos e, em alguns momentos, a atividade profissional que exercia ficaram para trás em virtude da música. Em algum momento se arrependeu das escolhas que fez?

PAMA - Existem alguns episódios na vida de que me arrependo sim, mas não voltaria atrás para mudar nada. Os arrependimentos são as conclusões das nossas tentativas. Eu sei que em Portugal é muito difícil vingar na música, mas se tomei as decisões que tomei por ela foi porque estava disposto a correr esse risco em busca de um sonho.

 

JM – Quem é o PAMA?

PAMA - PAMA é e será sempre um aprendiz da música e da composição.

 

JM – Em 2015, afirma-se a solo e lança o álbum “First”. Que feedback teve do seu primeiro trabalho?

PAMA - Obtive algo de muito positivo… Cada álbum ensina-nos a chegar ao próximo e acho que foi isso mesmo. O “FIRST” ofereceu-me grandes sentimentos e umas dicas para compor o 2º álbum.

 

JM – No ano passado subiu ao palco da FESTAME. Que memórias guarda dessa noite?

PAMA – Imensas (risos)! A maior delas foi ouvir as pessoas a cantar alguns temas, ou pelo menos a murmurar. Ver o meu nome na porta do camarim é, também, outra boa memória. O pensamento que temos imediatamente é: “Estou quase lá…”

 

JM – Que importância tem a apresentação do seu segundo trabalho no Cineteatro Municipal Messias?

PAMA - Toda a importância do mundo… Quero conseguir “chegar lá” dando o grande passo de tocar no palco do Cineteatro Messias. Um palco onde grandes compositores já mostraram a sua magia.

 

JM – Que expectativas tem para a noite de 4 de maio?

PAMA - Quero apenas que todas as pessoas que estejam presentes guardem aquele concerto no coração para sempre.

 

JM – O que ambiciona para o seu futuro na música?

PAMA - Ambiciono criar mais músicas, não ter limites. Aprender cada vez mais e ser sempre melhor que ontem. Manter-me simples e honesto com a música e chegar, um dia, onde os grandes estão. Ambiciono encher salas em todo o país, e quem sabe no mundo, e, sobretudo, conseguir chegar com a minha mensagem a cada pessoa que ouvir um tema composto por mim.

 

Fotografia: PAMA