
O Jardim Municipal foi pequeno para o mar de gente que quis assistir ao Festival de Samba. Foram oito escolas de samba em palco pelo amor à tradição luso-brasileira com a condução de Merche Romero, apresentadora de televisão, modelo e DJ.
A primeira escola de samba a subir ao palco foi a Real Imperatriz, contrariamente ao que havia sido avançado pela página de Facebook Carnaval da Mealhada, uma vez que, de acordo com Alexandre Oliveira, presidente da Associação de Carnaval da Bairrada, “o alinhamento foi ajustado em função dos horários de chegada das Escolas de Samba convidadas”. Seguiu-se a Nova Imperatriz que através do cavaquinista manifestou desagrado pelas “trocas e baldrocas no alinhamento das atuações”, contrariando a indicação da organização ao dizer que todos os membros da escola de samba figueirense “chegaram a horas”.
Salvo o desajuste no alinhamento, a noite foi de folia, cor, “samba no pé” e muita criatividade revista no guarda-roupa das escolas de samba, que trouxeram para palco “gatas”, “tigres”, fatos recheados de pedras coloridas e pérolas que a energia da dança algumas vezes fez perder.
Cada escola com a sua cor, mas todas elas com o mesmo amor – o samba. As quatro escolas pertencentes à Associação de Carnaval da Bairrada convidaram escolas de outros pontos do país para “desfilar” no palco a sua arte. GRES Bota no Rego, convidada pela GRES Batuque, é a escola mais antiga do país. Tem 42 anos e veio de Sesimbra para pintar de azul o palco do Festival de Samba. Ainda não eram “13 minutos depois da meia noite”, lema da escola de samba sesimbrense, para que os Bota no Rego terminassem a sua exibição e oferecessem um quadro cheio de cor à escola que os convidou para esta noite de festa.
“Explosão de Alegria”, é o lema da GRES Batuque, escola de samba que exibiu “em casa” uma explosão de cor na qual a espada e o escudo defenderam a arte de sambar.
Diretamente de Ovar para a Mealhada veio a escola de samba Charanguinha, envergando as cores roxo e rosa que pontuaram o guarda-roupa das sambistas.
Os Sócios da Mangueira impuseram as cores verde e rosa em palco e tiveram do público uma enorme ovação quando Merche Romero anunciou a chegada da escola de samba mealhadense. “O Balão voou” e levou a Xandinho, autor das músicas desta escola, o Troféu Nacional de Samba Enredo. Terminada a atuação da escola que tem como lema “Swing do Morro”, seguiram-se os Vai Quem Quer que trouxeram de Estarreja a originalidade de um guarda roupa composto por pratos, uvas, cebolas e galos tipicamente portugueses, acompanhando a música “prepara a mesa amor, que a janta ‘tá’ feita!”, o chamado “Samba Enredo” da referida escola de samba.
Os últimos a subir ao palco foram os Amigos da Tijuca, mas nem por isso a escola de samba de Enxofães (Cantanhede) deixou de mostrar a energia da “Pura Paixão” que tem pelo samba, envolvendo o público, que elevou alguns cachecóis azuis e amarelos ao som da música e da magia feita pelos pés das sambistas.
Cumpriu-se mais uma edição do Festival de Samba com a atuação de Nuno Bastos, cantor aveirense que já tem lançado um trabalho discográfico cujo ritmo é samba, a animar a Mealhada madrugada dentro.
Alexandre Oliveira faz um balanço muito positivo desta edição do Festival de Samba dizendo que “foi mais um grande Festival de Samba, o maior e melhor do país, com grandes atuações das Escolas de Samba e do Nuno Bastos, com uma enorme afluência do público, e com um brilho especial acrescentado pela Merche Romero”.