ACP Celebrou a Primeira Corrida Automobilística da Península Ibérica
O som dos motores clássicos voltou a ouvir-se no passado fim de semana, 18 e 19 de outubro, entre a Figueira da Foz e Lisboa
O som dos motores clássicos voltou a ouvir-se no passado fim de semana, 18 e 19 de outubro, entre a Figueira da Foz e Lisboa, numa viagem no tempo que celebrou os 123 anos da primeira corrida de automóveis realizada na Península Ibérica, organizada em 1902 e que esteve na génese do Automóvel Club de Portugal (ACP).
Mais do que uma reconstituição histórica, o evento foi uma homenagem viva ao espírito pioneiro dos primeiros entusiastas do automóvel em Portugal. O percurso original foi revivido por verdadeiras “máquinas do tempo” — veículos clássicos que desfilaram com elegância, e resiliência.
O ACP, que nasceu oficialmente em 1903 como Real Automóvel Club de Portugal, foi o anfitrião deste tributo a uma corrida que, em 1902, revolucionou a forma como os portugueses viam este tipo de transporte, o desporto… e a velocidade.
Na corrida original, realizada a 27 de outubro de 1902, alinharam-se nove automóveis e cinco motociclos. O grande vencedor? Foi o italiano Giuseppe Bordino, ao volante do Fiat pertencente ao Infante D. Afonso, irmão do Rei D. Carlos – em segundo lugar, com cerca de uma hora e meia de diferença, chegou Afonso de Barros, em Darracq, e logo a seguir António de Oliveira, numa moto Buche. Prova de 270 km por estradas empoeiradas e sem sinalização, que marcou para sempre o início do automobilismo ibérico e que foi percorrida em 7 horas, 29 minutos e 25 segundos – média aproximada
a 36 km/hora !!.
E 123 anos depois, o entusiasmo mantém-se vivo. O publico marcou presença no local de partida – junto ao Forte de Santa Catarina — smartphones em riste, olhos brilhantes e aquele sorriso de quem sente que está a ver história… com motor.
Texto e fotos – Fernando Simões
Autor: Fernando Simões



