Batuque é campeão

(COM VIDEO DO DESFILE NOTURNO DO BATUQUE)

Concurso de escolas de samba do jornal da mealhada

O Grémio Recreativo Escola de Samba Batuque foi a melhor escola de samba a desfilar no Carnaval Luso-Brasileiro da Bairrada de 2013. Em trezentos pontos possíveis, o Batuque que se sagrara campeão, também, em 2009 somaram duzentos e noventa e cinco pontos e três décimas, na avaliação de desempenho promovida pelo Jornal da Mealhada. Na sétima edição do concurso de escolas de samba do Jornal da Mealhada, de forma global, a qualidade das escolas aumentou significativamente.

No segundo lugar do pódio ficou o Grupo de Samba Sócios da Mangueira tricampeã em 2012. O terceiro classificado foi o GRES Amigos da Tijuca, com duzentos e oitenta pontos e sete décimas.

A avaliação foi feita por vinte e oito jurados que analisaram dez quesitos característicos das escolas de samba. Cada quesito foi avaliado por, pelo menos, três jurados.

Os resultados foram apresentados quando pouco passava das 18 horas de domingo, 17 de Fevereiro, na Tenda Gigante, no sambódromo. Foi, também, a forma encontrada pela Associação do Carnaval da Bairrada para encerrar os festejos carnavalescos de 2013. A escola campeã ainda fez um desfile nessa noite, pelas ruas da Mealhada, com entrada nos cafés, procurando lembrar a génese do Carnaval mealhadense.

Relativamente ao concurso propriamente dito, no que diz respeito ao quesito Bateria, já há historial suficiente para se poder dizer que se quebrou a tradição e coube aos Sócios da Mangueira a baqueta de ouro de 2013. Os Sócios alcançaram a pontuação de 29,7 pontos, no entanto, comparando com os resultados do ano passado, as três baterias melhoraram a sua prestação em termos rítmicos.

No quesito Harmonia, com 29,1, o Batuque conquistou o primeiro lugar, num quesito que contribuiu bastante para a distinção entre a campeã e as restantes escolas. O quesito harmonia engloba toda a prestação do canto, desde os intérpretes até à restante escola, com a contribuição dos instrumentos de Harmonia, como o cavaquinho, por exemplo. O melhor Samba-enredo foi o dos Amigos da Tijuca, que alcançou a pontuação de 29,8 pontos, em trinta possíveis. Saudade a Tijuca conta como foi é um tema adaptado do carnaval carioca. Separados por poucas décimas ficaram os temas originais do Batuque e dos Sócios da Mangueira.

Em termos de Evolução, o Batuque, a escola campeã, ficou a uma décima da nota máxima, com 29,9 pontos, com os jurados a elogiarem a alegria da apresentação. A escola Amigos da Tijuca foi penalizada por uma assumida troca de alas, face à sua proposta no Caderno Abre-alas, e um último sector que comprometeu o empolgamento da escola de Enxofães. Regista-se, relativamente aos anos anteriores, uma melhoria substancial das escolas neste quesito o que contribuiu para um carnaval de muito melhor qualidade.

A única nota máxima desta edição do concurso foi atribuída no quesito Enredo. Os campeões obtiveram a nota 10 de todos os jurados, com Batuque na Idade Média. Em segundo lugar ficou a escola mangueirense que, a par do Batuque, apresentou enredo com a autoria de carnavalescos da terra.

Ao nível do Conjunto, a escola mais pontuada foi o Batuque, apesar de ser esta a nota mais baixa da escola campeã. Os Sócios da Mangueira e a Tijuca tiveram, respectivamente, 27,9 e 26,5, mostrando especial rigor da parte dos jurados deste quesito.

No quesito Alegorias e Adereços, a nota mais alta foi para os campeões. Os jurados consideraram que o aproveitamento forçado de alguns elementos de anos anteriores, nos carros alegóricos deste ano, prejudicaram o desfile carnavalesco, e, de forma muito especial, a alegoria dos Amigos da Tijuca.

As Fantasias desenhadas por Mariana Cidade, do Batuque, foram as mais pontuadas, seguindo-se as de Eulália Baptista, da Mangueira, com a diferença pontual de apenas uma décima. Os Amigos da Tijuca registaram penalizações nomeadamente ao nível da adequação da escolha de cores e tecidos.

Batuque e Sócios da Mangueira empataram no quesito Comissão de Frente ficando ambos a um décimo da nota máxima. A Tijuca obteve 28,7 pontos, sendo penalizada pela avaliação no que toca à criatividade.

Catarina Gradim e Alcides Ferreira foram o melhor casal Porta-bandeira e Mestre-sala do carnaval mealhadense. Obtiveram 29,7 pontos, mais meio ponto do que no desfile do ano anterior. O casal mangueirense subiu duas décimas e os tijucanos mostraram-se vulneráveis neste quesito.

O quesito Bateria foi avaliado por Nuno Semedo, professor e antigo dirigente de escola de samba, Carlos Leitão, antigo ritmista, e Sérgio Bruno Amaral, professor universitário na área da música. Samba-enredo e Harmonia foram avaliados por Alexandre Neto, músico, Manuel Almeida, músico, e João Vila, o Às do Cavaquinho. Quanto a Evolução, os jurados foram Alexandra Santos, educadora de infância, José Luxo, antigo DJ, e Ana Maria Fernandes, educadora de infância. Enredo foi avaliado por Amélia Ventura, professora, Horácio Costa, administrativo, Marta Varandas, jornalista, e Antónia Costa, educadora de infância. Alvaro Quartorze, empresário, Nuno Canilho, antigo director do JM, e Ana Mónica Oliveira, professora, avaliaram Conjunto. Alegorias e Adereços foi avaliado por Arminda Martins, engenheira, Paulo Rodrigues, arquitecto, e Sílvia Gonçalves, educadora de infância. O quesito Fantasias foi avaliado por António Miguel Ferreira, advogado, Dora Redruello, psicóloga, e Ana Filipa Varela, empresária. Comissão de Frente foi avaliado por Sérgio Gonçalves, empresário, Paula Felgueiras, antiga dirigente da ACB, e Carla Carvalheira, empresária. O quesito Mestre sala e Porta-bandeira foi avaliado por Inês Castela Canilho, jurista, António Marrinhas, antigo ritmista, e Sofia Lousado, assistente social. Um corpo de jurados que graciosamente contribuiu de ano para ano com as suas opiniões e considerações sobre o desfile do carnaval mais brasileiro de Portugal.

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Fotografia de Cláudia Lobo – Fotojornalista por um dia +