Dossiê EPVL: 21 anos – Parte I (Introdução)
O Jornal da Mealhada inicia um dossiê de artigos sobre a Escola Profissional Vasconcellos Lebre (EPVL), também conhecida como Escola […]
O Jornal da Mealhada inicia um dossiê de artigos sobre a Escola Profissional Vasconcellos Lebre (EPVL), também conhecida como Escola Profissional da Mealhada, na semana em que são assinalados os 21 anos – a maioridade, nas palavras do diretor-geral, João Pega – da instituição. Na próxima sexta-feira, 8 de junho, pelas 17h 30m, a escola comemora o seu aniversário com a entrega dos diplomas a 150 alunos – relativos a 3 ciclos de estudos -. Associando-nos a essa festa, o Jornal da Mealhada presta, assim, homenagem a uma das mais prestigiadas instituições do concelho da Mealhada, com um conjunto de artigos que procurarão mostrar o que é a EPVL.
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EPVL, A Quinta Maravilha da Mealhada
João Pega, o diretor-geral da EPVL, desde a fundação, terá razões – que não serão falsa modéstia – para chamar à escola profissional a Quinta Maravilha da Mealhada. O prestígio da escola, alicerçado numa forte ligação com os empresários, autarquias e instituições locais, acrescido de uma importante proximidade internacional com a Europa – através de programas europeus e projectos tecnológicos – e com a antiga África Portuguesa – com cooperação pedagógica e educativa com Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e mais recentemente com Moçambique – dão ao diretor da escola todas as razões para fazer uma avaliação positiva de 21 anos de EPVL.
Na segunda-feira, 4 de junho, João Pega e Manuela Alves – diretora pedagógica da EPVL – abriram as portas da escola aos jornalistas da região e numa conferência de imprensa que durou cerca de uma hora, destaparam as comemorações oficiais do aniversário da maioridade e mostraram a EPVL de uma forma global e completa numa altura especialmente difícil, porque também a austeridade política da administração central já chegou à escola.
Limitações de financiamento a áreas não prioritárias de ensino (fixadas pelo Governo), aumento do número de alunos por turma, fim de subsídios de alojamento a alunos deslocados, não autorização de abertura de Cursos de Educação e Formação para os alunos completarem pela via tecnológica a escolaridade obrigatória, são algumas das novidades do ano lectivo 2012/2013, na EPVL que fazem antever algumas dificuldades. Obstáculos que João Pega e Manuela Alves sublinham, mas que não valorizaram desmesuradamente até porque a grande preocupação que os assola é o facto de o Curso de Termalismo não ter os 90 por cento de empregabilidade que t~em os outros cursos que a escola ministra a quase 300 alunos, nos níveis III (equivalência ao 9.º ano), nível IV (ensino secundário) e de Educação e Formação de Adultos.
21 anos de sucesso
Nascida de um contrato entre o Ministério da Educação, a Câmara Municipal da Mealhada e a Caixa de Crédito Agrícola, a EPVL está acreditada pela Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) e, desde 1991, tem vindo a dar resposta às necessidades do desenvolvimento local e regional, pela qualificação dos recursos humanos necessários à modernização e actualização do tecido económico-social. Essencialmente vocacionada para a formação profissional, a escola possui cursos com a duração de três anos que conferem dupla certificação escolar: 12.º ano do ensino secundário e profissional de nível IV da União Europeia
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Com vista a diversificar a sua actuação junto de jovens e adultos do concelho e de concelhos limítrofes, em 2005 a escola profissional alargou a sua oferta formativa com a abertura de cursos de Educação e Formação de Jovens CEF com equivalência ao 9.º ano (nível II), combatendo o défice escolar e profissional e, posteriormente, em 2008, abriu cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA), de nível secundário e dupla certificação em regime pós laboral, permitindo a continuidade dos estudos. Prestes a comemorar o seu 21.º aniversário, a escola profissional da Mealhada conta, actualmente, com 258 alunos nos cursos de nível IV e nível II e 30 alunos nos cursos de Educação e Formação para Adultos (EFA).
Vinte e um anos de EPVL permitiram intervenção em dez áreas: Informática de Gestão; Contabilidade; Electrónica, Automação e Comando; Instalações Eléctricas; Desenho Digital 3D; Frio e Climatização; Termalismo; Energias Renováveis (Variantes Sistemas Solares Térmicos e Sistemas Fotovoltaicos); Turismo e Restauração (Variantes Cozinha/ Pastelaria e Restauração/ Bar). Quanto à oferta de formação para o próximo ano lectivo, a EPVL não lhe viu atribuída qualquer turma CEF, facto que Manuela Alves criticou fortemente. Tínhamos algum sucesso com alunos que não têm perfil para prosseguir os estudos e que pensavam em desistir, afirmou a directora pedagógica. Todavia, a escola profissional está na expectativa de que não haja cortes nas próximas candidaturas financeiras, sendo que irá concorrer à reposição de quatro turmas: Técnico de Restauração (Variante Cozinha/ Pastelaria); Técnico de Energias Renováveis (Variante Sistemas Fotovoltaicos); Técnico de Informática de Gestão e Técnico de Electrónica, Automação e Comando).
EPVL reclama mais turmas e menos alunos por turma
Com orientações da Secretaria de Estado do Ensino Básico e Secundário para que se proceda a um aumento do número de alunos de 23 para 30 por turma, a EPVL espera que esta regra seja revogada.
De acordo com os responsáveis da instituição de ensino e da Associação Nacional das Escolas Profissionais (ANESPO), este trata-se de um número exagerado que não tem em conta o modelo pedagógico das escolas profissionais, assente na estrutura modular, nos respeito pelos diferentes ritmos de aprendizagem e na pedagogia da individualização.
Desemprego dos alunos da EPVL é de 0,9%
De resto, o balanço feito pelo director da EPVL é extremamente positivo e revela 21 anos de muito trabalho. Para justificar o sucesso e sem falsas modéstias, João Pega chamou à escola profissional a quinta maravilha da Mealhada e enumerou protocolos, medidas e entidades que têm cooperado no projecto EPVL, contribuindo para sustentar o seu objectivo de qualificar profissionalmente e conferir capacidades técnicas aos seus alunos, conduzindo à evolução positiva do tecido económico/empresarial do concelho, da região e do país.
Neste sentido, o director da escola deu especial destaque ao Serviço de Psicologia de Apoio à Inserção na Vida Activa (SPAIVA), que funciona como cordão umbilical escola/alunos, ou seja há um acompanhamento de todos os alunos após o seu ciclo de formação e uma constante preocupação com a sua inserção no mercado de trabalho, explicou João Pega. Assim sendo, a EPVL tem conhecimento do percurso profissional de 90 a 95% dos seus antigos alunos e de acordo com dados estatísticos há uma percentagem de 82% de empregabilidade, contra 0,9% de desempregabilidade, entre 2001 e 2010, sendo que 68% dos alunos estão empregados na sua área de formação e 17% prosseguiram os estudos no ensino superior. O director realçou também a Unidade de Serviços Técnicos (UST), dando o exemplo do projecto de recuperação das casas da Mata do Buçaco num protocolo assinado com a escola e que envolve as áreas do Desenho, Automação, Informática e Energias Renováveis e, ainda, os Projectos Europeus de Intercâmbios e Geminações, referindo especialmente o projecto de geminação com a Escola Profissional Domingos Sávio, em Moçambique.
JM/EPVL
Autor: Jornal da Mealhada
