Espécies invasoras já têm site

O invasoras.uc.pt é um sítio na internet dedicado às espécies invasoras, um problema que em prejuízos, aplicação de medidas de controlo e recuperação de sistemas invadidos, custa mais de dez biliões de euros por ano, só na Europa. O objetivo é sensibilizar e educar a população para proteger os habitats nativos e áreas de produção florestal e agrícola.

O que são plantas invasoras e porque são um problema?

Acácias, penachos e o chorão-das-praias são plantas bastante comuns, mas, ao contrário da perceção generalizada, não são nativas da nossa paisagem. Estas espécies foram introduzidas por ação humana de forma acidental ou intencional, para efeitos decorativos, produção florestal ou outros fins.

Uma planta invasora tem impactes negativos na biodiversidade e pode ser um catalisador para vários problemas, como o aumento do risco de incêndios e alterações na disponibilidade hídrica.

Elizabete Marchante, investigadora de plantas invasoras e coordenadora do projecto, defende que a solução tem de ser partilhada: Todos nós somos intervenientes neste problema e todos podemos ajudar a mitigá-lo. Por um lado, atuamos como vetores de dispersão das espécies. Por outro, podemos gerir os problemas já causados por estas espécies participando, como cidadãos ou profissionais, na gestão e controlo das espécies invasoras. Um público sensibilizado e informado está melhor preparado para prevenir a introdução e dispersão de espécies invasoras.

O desequilíbrio provocado por plantas invasoras em alguns ecossistemas é tão grave que pode pôr em risco outras espécies: o priolo é uma ave que apenas existe nos Açores, mas o avanço de plantas invasoras está a destruir a floresta nativa da qual depende. A recuperação do seu habitat, através do controlo de invasoras, tem sido determinante para a proteção da espécie.

Em Invasoras.uc.pt podemos aprender mais sobre as plantas invasoras em Portugal através de fichas descritivas das espécies, e conhecer as várias metodologias para as controlar.

Os utilizadores podem assinalar focos de plantas invasoras no território nacional, através de uma aplicação para dispositivos Android e um mapa de avistamentos no site, num modelo de ciência participativa.

Professores e educadores têm acesso a materiais de apoio para atividades de educação ambiental dirigidas para faixas etárias mais jovens, assim como fichas e guias para grupos informais realizarem ações de reconhecimento e controlo no terreno.

Para Elizabete Marchante este projecto tem como objectivo sensibilizar a sociedade para a problemática das espécies invasoras e fazer a ligação entre ciência e o cidadão comum. A informação que disponibilizamos pretende ser útil para diferentes públicos-alvo; criámos ferramentas que promovem a participação ativa do público no mapeamento das plantas invasoras, mas também em atividades de controlo e divulgação.

Este trabalho é desenvolvido no âmbito do projeto Plantas Invasoras: uma ameaça vinda de fora (Media Ciência N.º 16905) e surge na sequência das tarefas de divulgação dos projectos Invader e Invader II, pioneiros sobre a problemática das plantas invasoras em Portugal, e do projecto Ciência Viva Divulgação sobre Espécies de Plantas Invasoras em Portugal.

Os conteúdos científicos produzidos resultam da parceria, com mais de uma década, entre investigadores da Escola Superior Agrária de Coimbra e do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, que desenvolvem investigação na área das invasões biológicas.