Quinta-feira, 23 de Fevereiro de 2012

Moção contra saída do Tribunal de Penacova aprovada na Câmara por unanimidade

Moção contra saída do Tribunal de Penacova aprovada na Câmara por unanimidade

Região

Moção contra saída do Tribunal de Penacova aprovada na Câmara por unanimidade

Foi aprovada, por unanimidade, na reunião da Câmara Municipal de Penacova de 3 de fevereiro, uma moção apresentada pelo presidente […]

Foi aprovada, por unanimidade, na reunião da Câmara Municipal de Penacova de 3 de fevereiro, uma moção apresentada pelo presidente da autarquia, Humberto Oliveira, manifestando oposição à extinção do Tribunal de Penacova. A moção (cujo texto a seguir se reproduz) critica a possibilidade sugerida pelo Governo de fechar 47 tribunais ao abrigo de um novo mapa judiciário. A Câmara solicitou, com caráter de urgência, a reapreciação do processo e, em vez do encerramento, que seja encontrada uma solução que possibilite a sua manutenção.

A moção foi aprovada por unanimidade e enviada aos gabinetes do Presidente da República, do Primeiro-ministro e da Ministra da Justiça.

xa0

MOÇÃO

Contra a proposta de extinção do Tribunal de Penacova

Colheram-nos de surpresa as notícias trazidas pela imprensa sobre a pretensão do Governo encerrar o Tribunal de Penacova, um tribunal de competência genérica que abrange os municípios de Penacova e de Vila Nova de Poiares e tem um movimento superior a 250 processos.

O Tribunal é um símbolo da soberania e da autoridade do Estado, da justiça e da paz social. Eliminá-lo de um território é um perigoso retrocesso civilizacional e uma arriscada limitação no acesso à Justiça. Abdicar de um tratamento igual aos cidadãos e renunciar à consequente oferta de serviços inalienáveis num Estado de Direito, como a presença da Justiça, é fomentar a desigualdade que o bom senso e o espírito da Constituição quis preservar. A justiça não pode abandonar os portugueses que vivem em concelhos mais pequenos, sobretudo os do interior do País.

Decisões desta natureza não podem estar à mercê da decisão isolada do terreiro do Paço, pois a ética republicana pressupõe um diálogo entre as partes, um compromisso de boa-fé. Coisa que não tem havido neste processo. E que fere sobretudo, com a arma do desprezo, os cidadãos que estoicamente lutam pelo direito a viverem com dignidade nas terras a que pertencem. O povo não pode ser lembrado apenas quando se trata de pagar a crise, e ignorado quando está iminente a subtração das suas garantias cívicas.

Mas há ainda a salientar que nos colhe de surpresa esta intenção do atual Governo por estar desde há muito tempo decidida a construção do novo edifício, existindo inclusive dotação orçamental do Instituto de Gestão Financeira e de Infraestruturas da Justiça. Caso se consumasse esta extinção, Penacova perderia a possibilidade de ver investida no concelho uma verba referente aos serviços públicos aqui prestados.

Nunca foram debatidos com o município de Penacova, enquanto representante dos cidadãos e enquanto entidade que presta serviço público de proximidade, os critérios e argumentos subjacentes à medida proposta de encerramento do Tribunal. Como se pode tomar assim uma decisão? Como foram escolhidos os fatores que conduziram este Governo a esta posição? Com quem foram elas debatidas? Será que a administração da Justiça ficará melhor com a extinção do Tribunal de Penacova? Quanto poupa exatamente o Governo com a medida?

Não é tempo de fazer ensaios experimentais nem criar ânimos na voragem de encerramentos cegos.

Iremos solicitar ao Governo, com caráter de urgência, a reapreciação do processo e, em vez do encerramento do Tribunal de Penacova, que se encontre uma solução que possibilite a sua manutenção.

xa0

Autor: Jornal da Mealhada

Find A Doctor

Give us a call or fill in the form below and we will contact you. We endeavor to answer all inquiries within 24 hours on business days.