Perturbações causadas pelos gatos vadios requerem solução das entidades competentes
A segurança, a higiene e inações por parte das entidades competentes para a esterilização destes animais
O aparecimento constante de gatos vadios na rua Professor Doutor Costa Simões cria perturbações para os estabelecimentos de alguns dos comerciantes locais. Relatos de moradores e lojistas contam experiências distintas e mostram diferentes perspectivas sobre a situação.
A segurança, a higiene e inações por parte das entidades competentes para a esterilização destes animais para haver um controlo populacional, são as principais preocupações dos que convivem ou têm as suas vidas impactadas pelos gatos de rua.
O problema com os gatos vadios, na rua Professor Doutor Costa Simões, tornou-se ao longo do tempo uma situação recorrente. Alguns comerciantes que têm o seu estabelecimento comercial ativo nesta zona já há muitos anos, relembram que outrora, iam ser tomadas medidas que nunca foram postas em prática pelas Entidades competentes. “Há tempos, eles até pensaram em levá-los e esterilizá-los, mas não se chegou a fazer nada”, aponta a proprietária de um dos negócios locais.
Ao longo do tempo, alguns estabelecimentos comerciais começaram a ser visitados pelos gatos de rua. A mesma comerciante descreve que “as pessoas colocavam a comida à porta e era só gatos aqui, destruíam-me as flores, as mesas da esplanada, era só marcas de patas de gato, e lixo”. A mesma afirma que gosta de animais, mas a situação do aumento do número de gatos de rua é um problema. “Sou protetora dos animais e tenho um gato em casa, gosto dele, só que há em demasia, acho que eles não são bem tratados na rua.”
A proprietária do estabelecimento local, expõe o seguinte, “não sei se são os gatos ou os cães que à noite vêm cá fora fazer as necessidades, é vergonhoso, aqui, desde o lar, até à loja do Tomé, tem um monte de coco na estrada, é vergonhoso, é um cheiro horrível”. A mesma acrescenta que em relação aos abrigos improvisados que se encontram na rua acha que “os gatos são seres muito autónomos e não precisam estar a viver numa casa, saltam para as varandas, saltam para os telhados, vão para as casas abandonadas dormir, eu não vejo necessidade nenhuma de andarem a por estas casas todas para os gatos.”
A mesma declara que a solução para resolver o aumento populacional de gatos vadios é “serem castrados, porque as crias são consecutivas.” Outros comerciantes relatam sentirem-se incomodados em relação à falta de higiene e fezes largadas pelos gatos de rua na entrada das lojas. Outra comerciante, que também tem o seu negócio na mesma rua explica que “afeta porque as pessoas sujam os sapatos e entram dentro da loja.”
Ambas as comerciantes acham, importante resolver-se a questão. Uma das logistas realça a necessidade da Câmara Municipal da Mealhada agir em relação à situação. “Se eles ao menos limpassem as necessidades que os gatos fazem”. Ainda, acrescenta que o problema se agrava com o facto de os animais ainda serem alimentados por moradores. “Isto é chato porque se certas pessoas não os alimentassem como os alimentam eles já não andavam tanto por aqui.”
A proprietária de outro estabelecimento realça a importância de se entender as diferentes posições em relação à situação dos gatos vadios. “Não levo a mal as pessoas darem comida, mas, sabemos que isto é uma rua pública e nem todas as pessoas que têm casa perto vão ter a mesma recetividade, eu respeito cada um que põe comida e água para os animais, mas também respeito as pessoas que têm um jardim perto da porta e não gostam de serem perturbadas.” A mesma comerciante aponta que o melhor é “haverem gatas e serem castradas, porque as crias são consecutivas.”
Por outro lado, existem moradores que sentem um impacto menor na zona em que residem. “Acho que devem ser uns três ou quatro gatos, mais do que isso não é, já houve mais, a não ser que haja mais a baixo desta rua”, aponta uma moradora. A mesma salienta que por ser uma rua muito movimentada, acaba por ser perigoso para os gatos vadios. “A mãe cria o gatinho em qualquer lado, e eles, depois quando conseguem seguem a mãe, mas ás vezes são apanhados pelos transportes, é uma pena, fico com pena dos animais pequeninos porque não conseguem desviar-se”, lamenta a moradora.
Em alguns casos, os gatos sentem-se confortáveis e entram nos estabelecimentos, como é o caso de outra comerciante que passou por uma situação inusitada dentro do seu estabelecimento. “Esteve aqui um gato, entrou e nunca o tinha visto por aqui, era grande, mas depois foi logo embora”, informa a mesma. Em relação a qual é a melhor solução para a questão, a logista sublinha que é preciso entender a origem do problema. “Então, as entidades, os canis, alguma entidade desse género, também não se sabe de onde vieram os gatos, nós conhecemos aqui os dos vizinhos, agora estes todos novos, realmente a gente não sabe de onde veio este surto. Tem que se tentar verificar de onde é que eles vieram”, enfatiza a mesma.
Embora vários comerciantes, tenham os seus negócios na mesma rua, outra lojista, considera não ter problemas com os gatos no seu estabelecimento, mas reforça que perto da zona onde reside, entre os restaurantes Tropical Padaria e Pastelaria e o La Toscana Pizzaria existe o mesmo problema com gatos já anteriormente exposto por comerciantes.
“Mesmo ao pé de casa não, mas eu passo lá constantemente, tanto de manhã como a tarde e ao final do dia e choca me um bocadinho, sei que há pessoas que moram próximo dessa zona e faz-lhes um bocado de transtorno, por causa depois da alimentação que pessoas dão e essas coisas.” A mesma acrescenta que em relação aos abrigos improvisados “esteticamente não é bonito e acredito que, também a nível de higiene para essa zona também não seja muito bom, mas acho que bem que façam isso.” A lojista afirma que até agora só viu residentes a criarem abrigos e não se recorda de ter visto a tomada de ações por parte das entidades competentes. “Por pessoas normais, acho que nunca vi nenhuma associação a nível camarário a tratarem disso.” A comerciante conclui que o melhor é “fazer a esterilização e a castração, já recorri a isso, sei que há câmaras e associações que fazem essas campanhas, acho que devia ser mais promovido, para ser sincera.
Apesar do Jornal da Mealhada contactar a Câmara Municipal da Mealhada, não nos foi fornecida qualquer declaração até à data de publicação deste artigo.
Autor: Jornal da Mealhada
